Mulher cria praia artificial por ficar sem viajar na pandemia: ‘Me salvou’
Frequentadora assídua das praias brasileiras, a aposentada Maria Helena Nóbrega, de 76 anos, decidiu construir…
Frequentadora assídua das praias brasileiras, a aposentada Maria Helena Nóbrega, de 76 anos, decidiu construir uma praia artificial no quintal da sua casa, que fica em um sítio a 17 km do centro de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, para contornar a impossibilidade de viagens durante a pandemia.
O estado, no qual predomina os biomas do Cerrado e Pantanal, não tem mar, mas, desde que venceu o medo de aviões, Maria Helena explorava o litoral brasileiro – costume interrompido pela covid-19.
“Sou baiana; a vida inteira, quando eu não vivia lá, voltava sempre. Vim para o Mato Grosso do Sul, fiz concurso, fui professora por 35 anos, aposentei, caí no mar e não saí mais de lá. […] Com a pandemia, fiquei impossibilitada de viajar”, relata a aposentada em entrevista ao UOL. Com hipertensão e diabetes, ela precisou se reinventar devido às comorbidades.
“Não pude viajar e fiquei doida e me perguntei o que eu faria. Surgiu essa ideia e apareceu a pessoa indicada. Aceitei na hora”.
O projeto da praia teve início em janeiro. A obra aproveitou a área de piscina, que não encantava os olhos da senhora, e passou por uma revitalização. “Sem poder me divertir [no litoral] eu fiquei muito ruim. A prainha me salvou”, confessa Maria Helena, que nasceu em Feira de Santana (BA). O investimento para a praia própria está em torno de R$ 200 mil.
‘Estou muito feliz’
Agora que o local está com ares de uma praia, Maria Helena afirma que vai conversar com uma paisagista para transformar ainda mais a propriedade. Ela pretende levar plantas exóticas para decorar o entorno, que já tem algumas palmeiras.
Seus familiares e amigos já disputam o sítio e estão o frequentando cada vez mais, principalmente para festas e aniversários em um local aberto. Contudo, Maria Helena é enfática: “Aqui não é local de festa, mas é minha casa que eu cedo. Algumas festas que as pessoas preferem fazer aqui, eu deixo”.
A felicidade que ela proporciona aos conhecidos está presente nela mesma. Se as restrições de viagens a deixavam mais triste, hoje seu humor mudou. “Agora estou muito feliz porque eu não ia poder viajar. A pandemia não acabou e eu fico preocupada com os outros. Fico o dia inteiro [na minha praia], não tenho vontade nem de ir à cidade”, finaliza.