POLÊMICA

Mulher é repreendida por usar biquíni no DF enquanto homem passa sem camisa; vídeo

Mulher foi repreendida por vigilante do local. Empresa que administra local disse que não compactua com qualquer tipo de discriminação

Mulher é repreendida por usar biquíni no DF enquanto homem passa sem camisa (Foto: reprodução/Globoplay)

A servidora pública Patrícia Nogueira foi repreendida por um vigilante na sexta-feira (7), ao andar de bicicleta usando short e a parte de cima do biquíni no Pontão do Lago Sul, que fica na orla do Lago Paranoá, em Brasília.

Ela filmou a abordagem e disponibilizou imagens para a TV Globo de Brasília. Mesmo que o espaço seja público e não tenha regras específicas que proíbam o traje de biquíni, Patrícia se sentiu constrangida com a situação.

No vídeo, Patrícia chega a questionar o fato de uma mulher não poder usar biquíni ao se exercitar, enquanto homens podem ficar sem camisa. No momento da indagação um homem sem camisa passa por ela e pelo vigilante.

O funcionário respondeu: “A única coisa que posso te dizer é que essa informação a senhora pode pegar com o pessoal que está um pouco acima de mim. […] A segurança me passou que mulher de biquíni não pode”.

Ela então indagou novamente sobre homens poderem ficar sem camisa. O vigilante disse que trajes de banho não são permitidos, mas que ficar “sem camisa não tem problema, não”.

“Me senti constrangida, discriminada. O machismo estrutural está em todos os lugares, ele se esconde sobretudo em situações cotidianas e em normas aparentemente inocentes”, afirmou Patrícia ao Bom Dia DF. 

O regimento interno do estabelecimento público, que está disponível na internet, não especifica sobre o uso de trajes de banho, mas diz que o administrador do espaço deve definir critérios sobre as vestimentas permitidas no local.

Apesar de ser público, o espaço do Pontão no Lago Paranoá é administrado por uma empresa por meio de um processo licitatório.

Em nota, a empresa afirmou que “não compactua com tal situação e repudia todo e qualquer tipo de discriminação”. A empresa também afirmou que “não foram repassadas tais regras para o chefe da vigilância”.

Segundo a empresa, o vigilante já foi advertido e a empresa terceirizada de segurança foi notificada.