Mulher morre após implante de silicone realizado em resort em AL
Responsável pelo implante de silicone fugiu do resort ao saber da morte de Susana
Uma mulher de 33 anos morreu de embolia pulmonar após realizar um implante de silicone nas nádegas de forma clandestina, em um apartamento de um resort do litoral norte de Alagoas. Segundo a Polícia Civil de Alagoas, Susana Thais Ferreira da Silva, 33, realizou o procedimento clandestino, no último sábado (30), e morreu na madrugada de domingo, no HGE (Hospital Geral do Estado), em Maceió. A mulher pagou R$ 4 mil pelo procedimento estético. A responsável pelo implante de silicone fugiu do resort ao saber da morte de Susana.
Susana contratou o procedimento por meio de um anúncio na internet feito por uma mulher chamada Marisângela, que tem uma clínica de estética em Salvador (BA). A Polícia Civil de Alagoas não divulgou o nome completo da investigada para não atrapalhar as investigações. A polícia disse ainda que já tomou conhecimento de que Marisângela realiza procedimentos estéticos em vários estados brasileiros.
“A vítima tomou conhecimento do procedimento estético ao ver o anúncio na internet. Ela fez contato com a suspeita e negociou a aplicação do silicone por aproximadamente R$ 4 mil”, informou a Polícia Civil de Alagoas.
A Polícia Civil de Alagoas informou que já tem todas as informações sobre a mulher apontada como responsável pela aplicação do silicone em Susana e vai pedir à Justiça que seja decretada a prisão dela.
A suspeita será indiciada por homicídio culposo. O delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito Policial, disse que investiga o caso para definir se cabe qualificadoras ao crime pelo qual a mulher será indiciada.
Negociação do preço
A equipe do 6° Distrito Policial, ao tomar conhecimento do caso, esteve no resort, mas não encontrou a mulher responsável pelo procedimento clandestino. O nome do resort não foi divulgado. O estabelecimento tem apartamentos particulares e foi em um deles que Susana realizou o implante. O delegado disse que o proprietário do apartamento do resort não sabia que o local tinha sido alugado para ser realizado procedimento estético irregular.
“O dono do apartamento do resort prestou depoimento e mostrou que anuncia o aluguel do espaço na internet e que não sabia que ali seria realizado um procedimento clandestino. Ele apresentou os documentos da locação. É a primeira vez que ela [a investigada da aplicação do silicone] veio para o resort. O dono alugou a essa pessoa sem saber e foi surpreendido pelo tipo da situação”, explicou Davino.
O delegado contou que teve acesso às conversas entre Susana e Marisângela, por meio de aplicativo de mensagens e constatou que no procedimento houve aplicação de anestesia e que também ocorreu negociação do preço.
“Não sabemos ainda se é uma profissional de saúde, mas em tese, quando se precisa de anestesia, tem de ser qualificada e não pode fazer no local onde foi feito, dentro do apartamento de um resort no meio do mato”, destacou Davino.
Família não sabia do procedimento, diz polícia
Familiares de Susana contaram que não sabiam que ela tinha ido se submeter ao procedimento, pois queria fazer uma surpresa ao marido, segundo a investigação. A polícia disse que Susana voltou para casa, localizada no bairro da Chã da Jaqueira, logo após o procedimento clandestino, e começou a passar mal. Ela foi socorrida pelo marido para o HGE.
O HGE informou que Susana deu entrada na unidade hospitalar às 23h14 do último sábado (30), com suspeita de embolia pulmonar e sepse — infecção generalizada. Ela morreu às 2h30 do último domingo (31).
A necropsia realizada no corpo da mulher apontou que a causa da morte foi embolia pulmonar. O laudo deverá apontar que tipo de silicone usado no procedimento estético. Susana era casada, tinha dois filhos, de 13 e quatro anos. Ela trabalhava em um food truck na parte baixa de Maceió.
O UOL tentou localizar a família dela, na noite de hoje, mas não conseguiu.