Mulher que agrediu clientes e funcionários de padaria em SP é condenada pela Justiça
Caso viralizou em 2020, quando Lidiane Biezok agrediu e xingou pessoas na Dona Deôla, Zona Oeste
A Justiça condenou Lidiane Brandão Biezok, de 45 anos, por agredir e ofender clientes e funcionários da padaria Dona Deôla, em Perdizes, na zona Oeste de São Paulo, por estar insatisfeita com um lanche no dia 20 de novembro de 2020. Lidiane terá de pagar R$ 5 mil de indenização por danos morais a um balconista que foi vítima de xingamentos homofóbicos. As imagens viralizaram à época e repercutiram na imprensa.
Lidiane alegou “que sofre de doença mental grave que, na ocasião, estava em surto.” Por decisão judicial, a ré terá que se submeter a um exame de sanidade mental para comprovar o fato. Embora a juíza Eliana Adorno de Toledo Tavares ainda aguarde o laudo pericial, ela afirmou: “ainda que a ré seja incapaz, sobre o que não produziu sequer começo de prova, tal condição não afasta sua responsabilidade pelos prejuízos a que der causa.”
“Ela me chamou de veado, de bicha, de tudo que tinha direito. Para quê essa discriminação? A gente está trabalhando”, disse o balconista Osvaldo naquela ocasião à TV Globo, dois dias após ter sido ofendido.
O balconista pedia indenização de R$ 31.350 na petição inicial, protocolada pelo advogado no dia 30 de novembro de 2020. “Julgo procedente em parte o pedido, para condenar a ré ao pagamento, a título de indenização por danos morais, de R$ 5.000,00”, escreveu a juíza Eliana Adorno na sentença. “Com a finalidade de preservar tanto o caráter punitivo como compensatório da indenização por dano moral”.
“Diante do caso concreto, tenho que a situação vivida pela parte autora agressões verbais de cunho racista e homofóbico na frente de outras pessoas, em seu ambiente de trabalho – foi suficiente para caracterizar dano moral“, argumentou a magistrada na sua decisão. “A conduta da ré, portanto, causou ao requerente dano moral consistente em ‘dor, vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar'”.
“Não ligo pelo dinheiro. Eu ligo para ela [Lidiane] pagar e sentir na pele o que é uma humilhação“, disse Osvaldo neste domingo (10) ao portal G1. “Sou gay, mas nunca sofri homofobia como essa mulher me fez sentir. Depois do que ocorreu eu não podia ver qualquer mulher loira entrando na padaria, que achava que fosse ela”.