Mulher que matou gestante em Nerópolis é indiciada pela Polícia Civil
O processo foi remetido nesta quinta-feira (6) para o Ministério Público de Goiás
A Delegacia de Nerópolis concluiu o inquérito que apura a morte de Naiara Silva Costa, de 22 anos, e indiciou Suellem Coimbra do Carmo, de 27, pelo crime. O processo foi remetido nesta quinta-feira (6) para o Ministério Público de Goiás.
Suellem teria matado Naiara, que estava grávida, no dia 27 de junho. Em seguida, ela cortou a barriga da vítima com a intenção de manter a criança para si. No entanto, o bebê morreu em seguida.
Em entrevista concedida ao Mais Goiás na semana passada, a delegada Azuen Magda Albarello relatou o que ouviu na noite desta terça-feira (27), durante o depoimento de Suellem. A investigada afirmou que havia feito um acordo com a vítima para que ela pudesse ficar com a criança, e as mortes teriam acontecido de forma não premeditada. A Polícia Civil, entretanto, não acredita nessa versão.
De acordo com a delegada, em seu depoimento Suellem afirmou que havia contatado Naiara, que morava em Goiânia, há cerca de três semanas, pelo Facebook. “Ela alegou que foi perguntar se a Naiara tinha interesse em receber mantimentos, doações, enxovais”, relata Azuen.
Na versão da suspeita, a vítima teria confessado a ela que não tinha interesse de ficar com o bebê. Assim, elas teriam combinado que Naiara, já grávida de quase nove meses, iria até a casa de Suellen, em Nerópolis, onde o parto seria realizado e o bebê seria deixado para que a investigada pudesse cuidar.
“Elas teriam jantado e a autora deu Rivotril para a vítima, que começou a enrolar a língua e virar os olhos”, conta a delegada. “Ela então ficou assustada e pegou uma corda para enforcá-la. Ela diz que não prestou socorro porque ficou com medo da polícia”, complementa.
Nada disso convenceu a delegada. Conforme ela disse, a suspeita teria planejado o crime desde o início.
“A Suellem perdeu um bebê há cerca de dois meses. Nós acreditamos que ela queria matar a Naiara e ficar com o bebê dela”, afirma.
Azuen conta que, pelo que ficou apurado até o momento, depois de ter enforcado a vítima, Suellen utilizou um bisturi para abrir a barriga dela e retirar o bebê. “Ela tentou fazer respiração boca-a-boca com o feto, mas não adiantou. Ele veio a óbito e foi colocado em uma bacia, em cima da cama”, descreve a delegada.
No dia 30 de junho, a juíza Lucia do Perpétuo Socorro Carrijo Costa, da 2ª Vara Criminal da comarca de Nerópolis, converteu a prisão em flagrante de Suellem em prisão preventiva. A magistrada justificou que os indícios colhidos até então demonstram que Suellem seria uma “pessoa desequilibrada, cruel e insensível, haja vista a maneira brutal com que teria praticado o homicídio, o que evidencia a sua periculosidade social”.