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Mulher que teria idealizado a morte do próprio filho é denunciada pelo MPGO

O crime praticado contra a criança de 9 anos teria sido cometido pelo padrasto dela, em 19 de maio deste ano, no Residencial Nunes de Morais, em Goiânia

Jeannie da Silva de Oliveira e seu companheiro Renato Carvalho Lima foram denunciados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e comunicação falsa de crime. A vítima é Antônyo Jorge Ferreira da Silva, filho de Jeannie, de apenas 9 anos de idade.

A denúncia foi oferecida pelo promotor de Justiça Mário Henrique Cardoso Caixeta, para quem o crime foi idealizado pela mãe da vítima. O assassinato aconteceu 19 de maio deste ano, no Residencial Nunes de Morais, em Goiânia, e teria sido executado por Renato.

Na última sexta (23), o delegado Gylson Mariano, assessor de comunicação da Polícia Civil de Goiás, afirmou que a “polícia não tem qualquer dúvida de que a Jeannie participou, de forma efetiva, do assassinato do próprio filho dela”. Renato e Jeannie, que estão presos na Casa de Prisão Provisória, em Aparecida de Goiânia e devem aguardar presos pelo julgamento.

Homicídio 

Consta da denúncia que Jeannie iniciou um relacionamento amoroso com Renato no início deste ano e, em maio, passaram a morar juntos na casa de Jeannie, na Vila Luciana, em Goiânia. No dia 19 do mês passado, a mãe de Antônyo o deixou trancado sozinho em casa para ir trabalhar. Renato, então, chegou e, estando com as chaves do portão, entrou no quintal da casa. Ao perceber que a porta da sala estava trancada, foi em busca de um chaveiro, o que possibilitou sua entrada na residência. O padrasto, então, perguntou se a criança estava com fome e, diante da resposta afirmativa, a levou para a casa sua mãe, no Residencial Nunes de Morais.

Lá, ele amarrou o garoto, simulando uma brincadeira, até que ele não conseguiu se liberar mais dos nós. Nesse momento, o denunciado aplicou um golpe do tipo “mata leão” e a vítima se esmoreceu, levando Renato a pensar que estava morto. A criança, no entanto, voltou a respirar e a chorar e, mais uma vez, o padrasto repetiu o movimento, desta vez mais forte. Com a ajuda de um pano, ele estrangulou Antônyo e, em seguida, pisou nas suas costas e, com um golpe de cinto, terminou o estrangulamento, puxando o pescoço da criança para trás.

O promotor de Justiça sustenta que Renato foi coautor do homicídio, realizando os atos executórios sozinhos, mas estes foram idealizados por Jeannie, que pediu a ajuda do companheiro para sua concretização.

Ocultação de cadáver 

Após o homicídio, Renato, em comunhão de vontade com Jeannie, ocultou o cadáver da vítima, depositando-a dentro de uma caixa de papelão em um dos cômodos de uma retífica, no térreo, da casa onde ele morava com a mãe, local do homicídio.
Na manhã seguinte ao crime, antes da chegada dos funcionários, Renato resolveu tirar a caixa com o corpo, jogando-a em um lote baldio, ao lado de uma mata, no Residencial Nunes. Para isso, ele contou com a ajuda de um dos funcionários da retífica, que chegou no local no momento em que Renato tentava erguer o pacote. O funcionário, sem saber o que havia dentro da caixa, acabou ajudando a estabilizar o embrulho em suas costas.

Comunicação falsa de crime 

No dia 21de maio, ou seja, dois dias depois do homicídio, o casal foi até a Central de Flagrante e Pronto Atendimento ao Cidadão, em Goiânia, e, com o objetivo de se livrarem da atuação policial e da possível responsabilização pelo crime, apresentaram versão falsa para os fatos, comunicando o crime de extorsão mediante sequestro, que sabiam que não havia acontecido.

Na versão dos denunciados, Renato estaria voltando para a casa de Antônyo, por volta das 18h30, momento em que quatro homens, num carro prata, teriam tomado de seu poder o filho de Jeanne. Na ocasião, teriam dito que somente o devolveriam depois que Renato quitasse uma dívida de R$ R$ 1.600,00. Segundo o casal, eles teriam conseguido levantar parte do dinheiro exigido, mas os sequestradores não teriam mais entrado em contato.

A dupla também afirmou que não comunicou o fato à polícia naquele mesmo dia porque os sequestradores teriam dito que matariam a criança caso isso acontecesse.

Jeannie contou que um homem havia emprestado dinheiro à Renato , descrevendo suas características físicas, suas roupas e até o endereço da negociação. O companheiro de Jeannie, no entanto, embora insistisse na versão apresentada, não sabia sequer responder a quem devia dinheiro.