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Apesar de liderar a ocupação das vagas no mercado de trabalho em Goiás, as mulheres seguem sem a devida equiparação salarial com os homens. É o que revela novo estudo sobre o tema realizado pelo Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos da Secretaria de Gestão e Planejamento (IMB/Segplan) em função do Dia Internacional da Mulher, comemorado neste domingo, dia 8.
Realizado com base em dados do Ministério do Trabalho e Emprego coletadas da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o estudo mostra que 65,45% das 70 mil novas vagas de trabalho geradas em Goiás em 2013 foram ocupadas por mulheres.
Em 2014, foram mais 25,3 mil novos postos e, de novo, mais da metade (52%) foi preenchida por carteiras de trabalho femininas. A maior parte dessas ocupações está na área de serviços e concentra-se na faixa etária feminina de 18 a 49 anos.
Segundo os pesquisadores do IMB/Segplan, esse comportamento do mercado de trabalho com relação à ocupação feminina não é recente. Ao analisar a taxa de crescimento do emprego formal por sexo em uma série histórica de dez anos (2005 a 2014), observa-se que a variação relativa para o sexo feminino foi bem maior que para o masculino, com 88,91% e 66,94%, respectivamente.
Escolaridade e remuneração
Outra constatação importante da crescente ocupação feminina no mercado de trabalho em Goiás, notam os pesquisadores, é que ela se dá em diferentes níveis de escolaridade. Em 2013, por exemplo, houve aumento na participação feminina no mercado de trabalho formal tanto no ensino médio completo (de 43,83% em 2012 para 44,41%) quanto no superior completo (de 61,16% para 62,38%), onde concentra maior número de empregos.
Os pesquisadores do IMB/Segplan creditam essa ampliação do leque profissional das mulheres nos últimos anos ao aumento de sua escolaridade e diversificação de suas escolhas educacionais. Mas apesar desse crescimento quantitativo das mulheres no mercado de trabalho, a remuneração média delas continua menor do que a dos homens em todos os níveis de escolaridade. Esta diferença é maior nos níveis do ensino fundamental (homens ganham em média 49,19% a mais) e superior completo (homens ganham em média 47,49% a mais).
Diferença de rendimentos
Além da histórica discrepância no pagamento médio entre homens e mulheres, os pesquisadores do IMB pontuam, por exemplo, que a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2013 mostra que os rendimentos médios dos homens e das mulheres registraram aumentos reais diferentes, sendo 3,70% para eles e 1,71% para elas. Ou seja, além de ganhar menos, as mulheres seguem tendo correções salariais menores do que seus pares no trabalho, uma realidade ainda longe de ser alterada.