Na Cúpula do Clima, Bolsonaro promete zerar desmatamento ilegal na Amazônia até 2030

Em discurso na Cúpula dos Líderes sobre o Clima, ocorrida na manhã desta quinta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que pretende acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030. Além disso, afirmou que irá duplicar os recursos dos órgãos federais voltados para a fiscalização.

“Apesar das limitações orçamentárias do governo, determinei o fortalecimento dos órgãos ambientais do governo, duplicando os recursos destinados às ações de fiscalização.”

O presidente foi o 21ª presidente a falar entre 27 autoridades mundiais que foram convidadas pelo presidente americano Joe Biden. O discurso durou cerca de seis minutos. A expectativa era de que Bolsonaro fosse um dos primeiros líderes a falar, mas acabou ficando entre os últimos. Biden também não acompanhou o discurso do brasileiro. Isso, de acordo com a CNN Brasil, deixou o presidente irritado.

No pronunciamento, ele disse que, nos últimos 15 anos, o país reduziu 7,8 bilhões de gás carbônico na atmosfera e que preservou cerca de 84% do bioma amazônico.

Bolsonaro ainda o antecipou para 2050 o prazo para o Brasil zerar as emissões de gases do efeito estufa. A meta anterior era 2060. “Determinei que nossa neutralidade climática seja alcançada até 2050, antecipando em dez anos a sinalização anterior.

O presidente ainda recuperou o conceito de desenvolvimento sustentável que foi adotado na Conferência Rio-92 e relembrou que o Brasil foi sede do evento histórico.

A cúpula é o maior desafio diplomático enfrentado por Bolsonaro porque põe em xeque a relação com os Estados Unidos após saída do Donald Trump. Além disso, expõe a dificuldade de compromisso do seu governo como as metas que o próprio Brasil se comprometeu a cumprir como signatário do Acordo de Paris sobre o clima, em 2015.

Na semana passada, Bolsonaro enviou uma carta a Biden reafirmando o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030, estabelecido em 2015. O brasileiro, no entanto, destacou que a meta só poderá ser alcançada com o investimento de “recursos vultosos” e pediu o apoio do governo americano.

*Com informações CNN Brasil, O Globo e Folha Press