Na ONU, Bolsonaro diz que governo é “vítima de desinformação” sobre Amazônia
O presidente Jair Bolsonaro, em discurso na 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas…
O presidente Jair Bolsonaro, em discurso na 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), na manhã desta terça-feira (22), focou nas ações realizadas pelo governo para combate à pandemia de covid-19 e no desmatamento da Amazônia. O governo federal é alvo de críticas de ativistas, Organizações Não Governamentais (ONGs) e entidades ligadas à defesa ambiental por registros-recorde de desmatamentos e tem imagem de ‘anticiência’ em âmbito internacional no combate ao coronavírus. No entanto, para Jair, o governo é “vítima de desinformação” sobre Amazônia e questões ambientais.
Bolsonaro iniciou o discurso lamentando as mortes causadas pela pandemia de covid-19. Ele ressaltou que o governo, desde o início, teria que combater dois problemas de maneira semelhante: o desemprego e o vírus. Em tom contra as medidas de isolamento social, o presidente afirmou ainda que “decisão judicial” determinou que as ações fossem realizadas pelos governadores e que a União deveria enviar recursos para o combate à pandemia.
“Por decisão judicial, todas as medidas de isolamento e restrições de liberdades foram delegadas a cada um dos 27 governadores das unidades da federação. Ao presidente coube o envio de meios e recursos a todo o país”, apontou.
No discurso, o presidente citou ainda o aumento da produção de hidroxicloroquina para “tratamento precoce” da covid-19, mesmo que não haja nenhuma eficácia deste tipo de medicamento comprovada pela ciência. Bolsonaro ainda falou de recursos para testes e produção da vacina de Oxford no Brasil, além de R$ 100 milhões destinados ao combate e tratamento dos pacientes acometidos pela infecção causada pelo coronavírus.
Bolsonaro ainda disse que o país concedeu auxílio emergencial em parcelas que somam aproximadamente 1 mil dólares para 65 milhões de pessoas.
Desmatamento
Ele disse também que o governo federal é “vítima de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal”. E falou “interesses escusos” de associações brasileiras, “apr0oveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil”. Além disso, acusou venezuelanos de terem derramado petróleo na costa brasileira em 2019.
“Nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior. Os incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da Floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas”, afirmou.
Bolsonaro ainda disse que as queimadas no Pantanal “são consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição”.
No fim do discurso, o presidente ainda pediu apoio a combate a uma suposta “cristofobia” e pela liberdade religiosa.