Acordo

Naja mantida ilegalmente por estudante pode ser transferida para o Butantan

Cobra é considerada uma das cobras mais venenosas do mundo e é comum em países da África e da Ásia

A Naja será exposta ao público assim que o Butantan for reaberto - o que estava marcado para outubro, mas que agora não tem previsão. Ela também ficará à disposição para pesquisadores interessados em estudar seu comportamento, características físicas e veneno.

O Instituto Butantan e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) negociam o destino da cobra naja que picou um estudante de medicina veterinária em 7 de julho no Distrito Federal. As duas instituições estão fechando um acordo para mover a serpente para a sede do Butantan, em São Paulo.

Desde julho a cobra se encontra no serpentário da FZB (Fundação Jardim Zoológico de Brasília). No entanto, o zoo declarou que não pode ficar com a serpente de forma definitiva — ela é mantida em um espaço separado dentro da instituição.

Diante do impasse, o UOL confirmou hoje que Butantan e Ibama negociam a ida da naja para São Paulo. Além dela, a víbora verde apreendida de forma ilegal no DF também deve seguir até o instituto sediado na capital paulista. Por falta de soro, a cobra corria o risco de ser sacrificada.

Foi o Butantan o responsável por enviar a única dose de soro antiofídico disponível no país para tratar a picada do estudante de veterinária Pedro Henrique Krambeck, já que a espécie não é natural do Brasil. A naja é considerada uma das cobras mais venenosas do mundo e é comum em países da África e da Ásia.

O estudante, de 22 anos, ficou hospitalizado por mais de uma semana e chegou a entrar em coma após o incidente. O caso desencadeou a descoberta de um esquema de tráfico de animais silvestres no DF, após a Polícia Civil receber diversas denúncias que levaram a um haras com ao menos 16 espécies exóticas.

Krambeck criava a naja de forma ilegal no apartamento que vivia com os pais. Ele foi preso temporariamente pela Polícia Civil em 29 de julho sob suspeita de integrar o esquema de tráfico de animais. O Ibama aplicou, para a família dele, multas que somam R$ 78 mil.