Eleições 2014

“Não sei se Dilma tem condição de andar na rua”, disse Aécio Neves, durante caminhada no RJ

Aécio não estava acompanhado pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que tenta a reeleição com o apoio do PSDB

Na primeira atividade de sua campanha de rua no Rio de Janeiro, o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse hoje que a presidente Dilma Rousseff (PT) não tem condições de andar na rua e ter contato direto com o eleitor. “Está se iniciando uma nova etapa da campanha eleitoral, que é esse contato físico, olho no olho. O candidato tem de transmitir confiança para o eleitor. Vamos andar o Brasil inteiro, e minha companheira de viagem é a verdade. Não sei se a presidente da República tem hoje condição de andar o Brasil e olhar nos olhos daqueles que nela confiaram e se decepcionaram”, afirmou em entrevista o tucano, que fez uma caminhada no centro do município de Queimados, na Baixada Fluminense.

Um exército de pelo menos 150 cabos eleitorais, contratados por R$ 30 para um dia de trabalho, segurava bandeiras com o nome de Aécio e do movimento “Aezão”, além da sigla do PMDB. Mas até os próprios contratados para trabalhar na campanha ainda têm dúvidas sobre candidatos e alianças. “Eu conheço o Pezão, mas nunca o vi pessoalmente. Quem eu conheço mesmo é o Max (Lemos, peemedebista prefeito de Queimados e cicerone de Aécio na cidade). Quando começar a propaganda na TV é que a gente vai conhecer melhor os candidatos”, afirmou a dona de casa Regina Pereira, mãe de quatro filhos. Contratada como cabo eleitoral, ela chegou às 15 horas à Praça dos Eucaliptos, ponto de encontro da caminhada.

Ao ver Regina com a bandeira, uma amiga dela, Iara Barros, quis saber quando recebe um cabo eleitoral e como ser contratada para esse trabalho. “Ganhar algum dinheirinho para a eleição seria bom. Já vi o Aécio na TV”, disse Iara.

Ao som do jingle cujo refrão diz “o povo nas ruas aprova a união o Rio de Janeiro vai de Aécio e Pezão”, Aécio não estava acompanhado pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que tenta a reeleição com o apoio do PSDB. Pezão anunciou apoio à presidente Dilma Rousseff (PT) e prometeu não participar de atividades ao lado de Aécio. Aécio estava com o candidato a vice de Pezão, senador Francisco Dornelles (PP), e o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), que disputa o Senado. A coligação de Pezão tem 18 partidos e reúne aliados de Dilma, de Aécio e do candidato do PSC a presidente, Pastor Everaldo.

Religioso

Antes da atividade em Queimados, Aécio se encontrou com o cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani João Tempesta, à tarde. Saiu da reunião, na arquidiocese, comemorando o resultado da pesquisa DataFolha que o mostrou em empate técnico em um eventual segundo turno das eleições, com 40% dos votos, contra 44% para Dilma. Disse estar “extremamente feliz” com o resultado e atacou o governo.

“Acho que o conjunto da obra do atual governo, que falhou em praticamente todas as áreas, tem levado a esse sentimento de insatisfação e de cansaço, que se reflete nas pesquisas”, declarou. Para ele, a sondagem confirma que haverá segundo turno nas eleições presidenciais, porque os eleitores estão cansados de “tudo isto que está aí”.