Nas redes sociais, Homem-Pateta tenta induzir crianças ao suicídio
Página falsa provoca crianças e adolescentes a cumprir desafios perigosos
Desde a semana passada, a Polícia Civil de Santa Catarina investiga perfis falsos com o nome de Johnatan Galindo, também chamado de “Homem-Pateta”, que foram criados para supostamente atrair crianças e adolescentes e induzi-los ao perigo.
É um viral misterioso que se assemelha ao da Baleia Azul e da boneca Momo. O Homem-Pateta atua no Facebook. Primeiro, convence os menores de idade a abrir conversas privadas com o responsável pela página. Em seguida, enviam mensagens assustadores e fazem desafios, alguns deles com incentivo ao suicídio.
Os perfis usam como foto principal a imagem de um homem com uma máscara que imita o focinho do personagem Pateta, dos desenhos da Disney. Até a data de publicação desta notícia, os perfis continuavam funcionando na rede social, criados em locais diferentes, como Nova York, Monterrey e Jacarta.
As mensagens das páginas variam entre o português e o espanhol, o que pode indicar que o criador —ou criadores— dos perfis não sejam do Brasil. Em um vídeo encontrado, o homem fala em inglês “Sou eu, Larry”. No final do vídeo, muda-se a imagem e o som para dar um susto. Em outros, está sentado no sofá e outro homem adulto senta em seu colo.
O alerta foi divulgado para informar pais, responsáveis e professores sobre o caso. A delegada Patrícia Zimmermann D’Ávila, que coordena a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Santa Catarina, informa que até o momento o Estado onde atua não recebeu nenhuma denúncia, mas soube que em outros Estados já foram registrados boletins de ocorrência.
“Uma criança sozinha no meio da rua de madrugada é vulnerável e está sujeita a todo e qualquer risco. Na internet é a mesma situação. Infelizmente, existem pessoas que sentem prazer em causar dor e sofrimento nos outros”, diz a delegada.
Segundo informações do Tribunal de Justiça e Polícia Civil de Santa Catarina, esses perfis já eram conhecidos em língua espanhola desde 2017, principalmente no México. O alerta veio na última semana porque, no Brasil, as páginas foram identificadas recentemente. Tudo indica que as pessoas por trás desses perfis estão imitando os que já existiam para compartilhar o conteúdo em português.
Dependendo do teor das mensagens, o caso deve ser enquadrado em um tipo penal específico, que pode variar entre crime de ameaça, perturbação da tranquilidade e até instigação e auxílio ao suicídio.