Nova fase da Lava Jato mira multinacional integrante do ‘clube’ e bloqueia R$ 1,7 bilhão
'Tango & Cash' cumpre 23 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, Paraná e de São Paulo
A Polícia Federal (PF) realiza na manhã desta quarta-feira a 67ª fase da Operação Lava Jato, denominada Tango & Cash. Para investigar um grupo de empresas que se juntaram em uma espécie de “clube” para vencer de forma fraudulenta licitações de grandes contratos com a Petrobras. A partir de 2006, segundo a PF, o clube chegou a ser composto por 16 grupos empresariais.
“A fim de dar aparência de licitude ao pagamento de propinas, o grupo empresarial investigado repassava valores via empresas offshore a ex-diretores e ex-gerentes da Petrobras, mediante a celebração de contratos fraudulentos de assessoria/consultoria. Um dos ex-diretores da estatal recebeu, entre 2008 e 2013, US$ 9,4 milhões, percebendo parcelas de propina mesmo depois de ter deixado o quadro da empresa em 2012”, diz a PF.
Policiais Federais cumprem 23 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo (8), do Rio de Janeiro (14) e Paraná (1). A Justiça determinou também o bloqueio de ativos financeiros dos investigados no valor aproximado de R$ 1,7 bilhão.
De acordo com as investigações, suspeita-se de que propinas pagas em obras pela empresa envolvida nessa fase seria de 2% do valor de cada contrato, o que pode ter gerado o pagamento de R$ 60 milhões em propina.
Os mandados judiciais foram expedidos pela 13ª. Vara Federal de Curitiba e objetivam a apuração de crimes de corrupção ativa e passiva, além de lavagem de capitais.
Segundo a PF, o nome da operação, Tango & Cash, faz referência aos valores de pagamento das propinas e ao fato de que a empresa envolvida na investigação pertencer a um grupo ítalo-argentino.