A vida é um trem e cada pessoa, é uma estação. Em algumas, é preciso abrir a bagagem e deixar um pouco. Em outras, é preciso receber e em todas, é preciso desapego para que haja espaço pro que ainda não foi vivido.

O amor é uma morte

Reza uma lenda que o amor é uma morte. Uma morte, que como toda morte, exige coragem.

Reza uma lenda que o amor é uma morte. Uma morte, que como toda morte, exige coragem. Uma morte que chega e espera que você ao invés de correr, a abrace e permita que ela se alimente do seu coração e use seu corpo pra vir à vida. E quando você permite, ela te mostra a beleza de cada fase. Da rotina do afagar das mãos quando encontram a gratidão. Da descoberta da beleza de cada estação da vida. Da calmaria do outono, das cores da primavera. Porque nem só da euforia do verão ou da depressão do inverno, se fazem uma vida, se vive uma vida. E a morte como amor, quando abrimos bem os braços no momento do medo, nos ensina isso: a vivermos tudo que há pra viver. Fechando ciclos, enterrando histórias e começando tudo de novo. Sempre e sempre.
A vida é um trem e cada pessoa, é uma estação. Em algumas, é preciso abrir a bagagem e deixar um pouco. Em outras, é preciso receber e em todas, é preciso desapego para que haja espaço pro que ainda não foi vivido. Porque mesmo sendo os mesmos, cada estação é uma folha em branco, com a oportunidade de ser escrita e vivida de uma forma totalmente diferente. E quando o amor chega, ou a morte, como diz a lenda, ele só espera que tenhamos coragem para  que ele possa ser e fazer tudo que nasceu pra cumprir, mudar, florescer e clarear.
(Foto: Alexandre Cavarzan)