“O Brasil precisa de paz na política”, diz Marconi Perillo
Governador concedeu entrevista ao jornalista Paulo Beringhs e falou sobre o cenário político e econômico nacional e local
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), concedeu, na tarde desta terça-feira (05/04), entrevista ao Programa Paulo Beringhs, onde ressaltou que o Brasil precisa de paz na política. Durante quase uma hora, analisou o cenário político e econômico nacional, os cuidados que os governos precisam tomar para se prepararem para o pós-crise, e a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Marconi reiterou as medidas adotadas em Goiás para o enfrentamento da crise econômica, discutiu o novo plano de segurança pública em vigor neste ano, falou sobre as rodovias goianas e as OSs na Educação.
Questionado sobre o cenário pós-crise, afirmou que assiste com preocupação ao duelo que ocorre hoje entre a Câmara dos Deputados e a Presidência da República, e que o Brasil precisa de paz na política para retomar o desenvolvimento, já que a crise atual é também política, moral e ética. “Chegamos a um ponto em que a economia depende da política. A economia depende de mudanças, de reformas que o Congresso Nacional precisa fazer. Como não há diálogo entre o presidente da Câmara e a presidente da República fica muito difícil prever mudanças que signifiquem melhoras para a vida do povo nos próximos meses”, afirmou.
“Por outro lado, ficou evidente que movimentos sociais como MST e CUT estão mobilizados defendendo o mandato da presidente. A minha pergunta é: será que se ela cair agora, entrando o Temer, que é o vice-presidente, esses movimentos vão deixar o presidente governar procurando estabelecer uma agenda nacional? Ou, se ela ficar, terá capacidade de montar um ministério apolítico, um ministério de altíssimo nível, com poucos ministros e definir uma agenda positiva para o Brasil? Essas coisas precisam ser debatidas. O Brasil precisa de paz na política, paz na relação institucional entre os poderes para que as reformas sejam feitas. Sem reforma, o Brasil não vai para a frente. A primeira reforma tem que ser a política. Não é possível conviver com quase 40 partidos. Isso anarquiza a vida política pelo país e favorece os desvios”, enfatizou.
Marconi lembrou que o Governo de Goiás tem a estrutura administrativa mais enxuta, com 10 secretarias, fruto de planejamento e ação contundente realizada no início da atual gestão, com corte de gastos e de cargos comissionados. Indagado sobre a renegociação das dívidas dos estados, explicou que a prorrogação de 10 anos, que deverá ser aprovada pelo Congresso, dará fôlego aos investimentos no Estado.
Sobre a nova política de Segurança Pública, o governador reiterou que o secretário de Segurança Pública, José Eliton, fez uma opção clara entre a criminalidade e o povo. “E começamos a ter melhorias significativas em muitos indicadores”, reforçou. Com relação à gestão compartilhada com Organizações Sociais na Educação, foi sucinto: “Tenho certeza de que vão nos solicitar OSs nas escolas como nos solicitam hoje na saúde”, disse.
O programa vai ao ar nesta terça-feira, às 20 horas, na TV Brasil Central, com reprise na sexta-feira, e no domingo às 23h30 na TV Goiânia (Band).