PATOS DE MINAS

‘O problema é 15 dias com 300 casos’, diz prefeito sobre pandemia; veja

Prefeito reagiu ao pedido dos comerciantes sobre as medidas mais restritivas que foram impostas na cidade para evitar a disseminação do coronavírus

O prefeito de Patos de Minas, Luís Eduardo Falcão (Podemos), perdeu a paciência com alguns comerciantes que protestavam na porta da prefeitura da cidade. O chefe do Executivo explanou a situação do município aos que estavam presentes e o fato viralizou ao ser flagrado pela imprensa que estava no local.

“A culpa é minha?” O problema é que 15 dias 300 casos. Não é 2020 com 10 casos, não”, afirmou. O prefeito tirou a máscara e jogou um papel com anotações da pandemia no chão, abandonando o local em seguida.

O prefeito atendeu os manifestantes na porta da prefeitura. Cerca de 50 comerciantes estavam no local e, com faixas e cartazes, cobraram a reabertura dos estabelecimentos. Durante o protesto, as pessoas entoaram “queremos trabalhar.”

Ele respondeu: “Se vocês querem trabalhar, eu quero que vocês trabalhem. (Se não), o nosso município vai quebrar. Eu não estou satisfeito com isso.”

Um manifestante rebateu: “Vamos viver de quê? Comer vento? Morrer de depressão? Suicídio?”. Outros manifestantes chamam Luís de mentiroso. Irado, o prefeito se exaltou com o adjetivo e indicou o debate.

“Se vocês quiserem (nomear) três representantes para conversarem, com educação, sem me chamarem de mentiroso, estou à disposição. Eu tenho vergonha na cara. Não estou aqui pra mentir pra ninguém”.

Um comerciante criticou o fechamento do comércio, alegando que a atitude não tem surtido nenhum efeito para conter o avanço da covid-19. Essa é a ideia adotada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que contraria as recomendações de infectologistas.

“Tenho filho de 11 meses. Como vou comprar leite, fralda, comida e pão? Meus funcionários têm dois ou três filhos e eu não tenho dinheiro para eles neste mês. E como eles vão comprar pão para os filhos deles amanhã?”.

Vale lembrar que a cidade está na chamada zona roxa. O município tem 9.906 casos confirmados da doença e 185 mortes. Até a última quinta-feira (5), 202 pacientes estavam internados, sendo 138 em enfermarias e 64 em UTI. Não há mais leitos, em nenhum dos dois tipos, disponíveis.