Relembre

O que diabos é DOOM?

Na última sexta-feira 13 (sacou?), a Bethesda e a Id Software lançaram DOOM, remake do…

Na última sexta-feira 13 (sacou?), a Bethesda e a Id Software lançaram DOOM, remake do jogo de mesmo nome lançado pela Id em 1993 no encalço do sucesso de Wolfenstein 3D. Se você nunca ouviu falar em DOOM ou sinceramente não sabe qual a graça disso tudo, nós fizemos uma recapitulação para você, contando o básico do que aconteceu com a série nos útimos 23 anos.

-DOOM

doom

Eis um dos jogos mais Heavy Metal já feitos em todos os tempos. DOOM é metal. DOOM é metal pra caramba! O jogo original foi um divisor de águas. Você provavelmente já sabia disso, explicar o porque é um pouco mais difícil. Sendo direto, foi por tudo: gráficos, trilha sonora, design de criaturas, design de fases, temárica e jogabilidade. Pra começo de conversa, era 1993, auge do sucesso de Mario e Sonic. Os video games começavam a virar um sucesso comercial de que todos ouviram falar ou se interessavam. O público central disso tudo era as crianças. Seguindo essa lógica, a maior parte dos jogos era infantil, colorido e com temáticas leves.

Não DOOM.

Criado por John Carmack e John Romero, o jogo era a coisa mais extrema e controversa já lançada na mídia. Rodando em MS-DOS, o jogo vinha em uma dúzia de disquetes e trazia todo o seu conteúdo ligado no 12: a trilha sonora era inteiramente original e composta por músicas de heavy metal e doom metal (é uma trilha sonora muito boa até hoje), havia muito sangue por todos os lados além de monstros e temáticas satânicas que imediatamente assustaram mães por todo o mundo na mesma medida em que fascinaram seus filhos adolescentes.

A trama era simples: o protagonista era um soldado sem nome, apelidado pelos fãs de Doomguy (o cara de Doom), que desembarca em um laboratório em Marte apenas para descobrir que o local foi dominado por demônios e que um portal para o inferno agora colocava toda a humanidade em risco.

O avanço tecnológico também era impressionante. DOOM foi o primeiro jogo inteiramente em 3D e mesmo com suas limitações (o jogador não podia olhar para baixo nem para cima) oferecia uma liberdade de movimento e encorajava a exploração de uma forma nunca antes vista. Rapidamente, o jogo se tornou extremamente popular, inclusive sendo mencionado em seriados e filmes, incluindo o seriado Friends.

O sucesso encheu a Id de dinheiro e pavimentou o caminho para Quake, outro jogo divisor de águas do gênero de tiro. Estima-se que ele foi jogado por 20 milhões de pessoas apenas nos dois anos após o seu lançamento, imagine só agora…

Se você quiser, é possível encontrar o jogo para vender aqui, aqui e aqui.

-DOOM II – Hell on Earth

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Tudo que faz dinheiro mais cedo ou mais tarde ganha uma sequência. Em 1994 foi lançado DOOM II que trazia os portais infernais para a Terra. O jogador volta ao papel de Doomguy em 21 novas fases com vários novos inimigos e chefes. O jogo não foi tão marcante como o original, talvez por ter sido lançado tão rápido, mas ficou conhecido por aparar as arestas da franquia: DOOM II era simplesmente, em termos de jogabilidade, maior e melhor que o original, com um level design mais apurado e inimigos que obrigavam o jogador a mudar de estratégia constantemente.

Outro motivo pela sequência ter passado um pouco batido é que o original ainda estava causando controvérsia e repercutindo na mídia e entre os jogadores conforme se espalhava de um grupo de amigos para o próximo. Novamente, após o triunfo de Doomguy na história, a franquia parecia finalizada conforme a Id voltava seu interesse para Quake, até que…

Você pode experimentá-lo aqui e aqui.

– DOOM 3

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De alguma forma, nos anos seguintes, a Id Software estava à beira da falência. Buscando tirar o pé da lama, ela firmou uma parceria com a gigante Activision, que seria sua distribuidora. Qual a melhor forma de fazer dinheiro rápido? Ressuscitar velhos sucessos. Mas a Id resolveu ir além e refazer inteiramente, com tecnologia de ponta, o seu maior sucesso.

DOOM 3 foi lançado para PCs em 2004 com gráficos de ponta muito superiores à então atual geração de consoles do PS2 e Xbox. Para rodar no mínimo, era necessário ter 512 MB de RAM e um processador de 1.8 Ghz. Hoje, qualque celular tem isso, mas era muita coisa para 12 anos atrás.

O jogo contava a mesma história do DOOM original, mas buscou mudar a jogabilidade. Pela primeira vez, a série ia se focar no aspecto de terror do jogo. Toda a campanha é muito escura e não é possível segurar a lanterna e a arma ao mesmo tempo. O tempo todo o jogador é surpreendido por criaturas que saltam e dão sustos da escuridão e todo o level design é fechado, claustrofóbico, cheio de corredores estreitos.

Embora tenha feito muito sucesso entre novos jogadores, ele desagradou a maior parte dos antigos fãs, que preferiam o foco maior em ação. Surpreendentemente, por se afastar de suas origens, DOOM 3 se tornou o jogo mais datado da série, talvez por se alienar da pegada original.

Você pode pegá-lo aqui e aqui.

– DOOM (2016)

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Finalmente chegamos aos dias de hoje. A Id lançou Quake 4 e Prey, mas acabou quebrando pouco depois enquanto desenvolvia Prey 2. Ela voltou a ganhar um gás após ser comprada pela Bethesda, que prontamente ressuscitou a franquia Wolfenstein, lançando Wolfenstein: The New Order para PC, PS4 e Xbox One. Com o sucesso do jogo, eles acabaram decidindo trazer DOOM de volta.

Assim como DOOM 3, o novo jogo é um remake do primeiro, mas com algumas boas diferenças em relação ao remake de 2004. Atendendo aos fãs, o jogo voltou a apostar pesado na ação e na temática de satanismo e demônios malvados. Ainda não tive a oportunidade de jogá-lo, mas através do demo, do beta e de algumas amostras de gameplay, é possível perceber algumas primeiras impressões que salientam as diferenças com o passado.

Em primeiro lugar, a trilha sonora heavy metal voltou, sendo a maior parte dela a mesma da original, mas com nova orquestração. O sistema de fases também voltou, assim como cada uma delas possui um segredo. O protagonista não é mais apenas um soldado: há algo muito errado com ele e tem a ver profundamente com os demônios. Ou seja, a história finalmente ganhou um gás e modificações bem vindas.

A jogabilidade voltou às raízes e é simplesmente brutal, com muita violência e finalizações sangrentas estilo Mortal Kombat. Há muitas homenagens aos anos 1990 também: não é possível usar a mira da arma igual em Call of Duty e há uma barra de saúde.

Mas a principal característica noventista é o foco em movimentação. Ao contrário dos shooters mais recentes, o novo DOOM encoraja movimentação, é preciso se mexer, escalar, pular, correr pelo cenário, para dar conta de combater as ondas de inimigos, encontrar itens importantes é passagens secretas. Um level design criativo permie e encoraja que o jogador nunca pare no lugar e isso é muito bom.

Fora isso, pude perceber algunas adições cosméticas, mas interessantes, como a possibilidade de modificar arma e armadura, um codéx para acumular informações ao longo do jogo e outros detalhes assim que encorajam a exploração, a experimentação e progressão do jogador.

Porém, isso é só uma primeira impressão. Só completando a campanha e experimentando os vários modos multiplayer – um dos principais focos da nova versão – para saber se o novo jogo fica à altura do clássico ou não.