Oito pessoas foram presas na manhã desta quarta-feira (21) no âmbito da Operação Urano, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) para apurar supostas irregularidades cometidas por servidores de Divinópolis de Goiás, no nordeste do Estado. Três dos detidos são secretários da prefeitura daquele município.
As prisões são resultado de uma investigação da Promotoria de Justiça de São Domingos, comarca da qual Divinópolis é distrito, que durou seis meses. As apurações contaram com o apoio do Centro de Inteligência (CI) do MPGO e revelaram a existência de um esquema criminoso instalado na prefeitura, voltado para a prática de crimes contra licitações, falsidade ideológica, corrupção passiva, peculato (desvio de recursos públicos) e associação criminosa.
As prisões foram efetuadas pelas polícias Civil e Militar em cumprimento a mandados de prisão temporária – ou seja, os alvos devem permanecer detidos por 30 dias, caso a Justiça não prorrogue o prazo. Também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão. Dois dos mandados – um de prisão e outro de busca e apreensão no mesmo endereço – foram cumpridos em Goiânia.
Foram presos na operação os secretários municipais de Saúde, Artênio Guimarães Ataídes, de Finanças, Valdiran Messias dos Santos, e de Administração, Ismar Batista dos Passos; o gestor de Controle Interno, Edmar Alves da Silva; o contador Homar Alves Amaral; e três integrantes da Comissão de Licitações: o presidente, Marcos Antônio dos Santos, Joana de Torres Quintanilha Santos e Renison Rodrigues Guimarães. O esquema criminoso envolvia fraudes em licitações da área de saúde, falsificação de documentos, emissão de notas fiscais sem serviço, fraudes em abastecimento de veículos, entre outras irregularidades.
Os presos e o material apreendido foram encaminhados para o Fórum de São Domingos, onde estão concentrados os trabalhos. O promotor de justiça Douglas Chegury esclarece que, com a prisão dos investigados, serão ouvidas novas testemunhas e reunidos outros elementos de prova para o oferecimento da denúncia criminal.
A operação recebeu o nome de Urano, em referência à ação deflagrada pelo exército russo contra as forças alemãs na II Guerra Mundial durante o inverno e que culminou na derrota nazista. A articulação dessa estratégia de guerra teve início em setembro.
O Mais Goiás tentou contato com a prefeitura de Divinópolis, mas as ligações não foram atendidas até o momento desta publicação.