Onça resgatada no Pantanal e tratada em Goiás é levada de volta à natureza
"Ousado" ficou 37 dias internado e passou por um tratamento inédito envolvendo ozônio e laser. Animal será monitorado por uma coleira com GPS
Uma das onças feridas durante as queimadas no Pantanal e que foi tratada em Corumbá de Goiás será enviada de volta à natureza nesta terça-feira (20). O animal, batizado de ‘Ousado’, ficou 37 dias internado na Organização Não Governamental (ONG) No Extinction (Nex) e passou por um tratamento inédito envolvendo ozônio e laser.
Uma equipe do Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio) foi responsável por buscar e realizar soltura de Ousado. Segundo o ICMBio, o animal será encaminhado para Porto Jofre, município de Poconé, no Mato Grosso, região próxima em que foi capturado com queimaduras severas nas patas.
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio) fará o monitoramento da onça por meio de uma coleira com GPS. O acompanhamento servirá para verificar o desenvolvimento do animal, além de garantir que Ousado voltará a se sentir confortável na natureza.
Segundo o veterinário Thiago Luczinski, do Nex, a onça ganhou nove quilos enquanto esteve na ONG e já caminha sem curativos nas “almofadinhas” das patas.
“O Ousado está forte e bem alimentado. A alta médica significa que ele não está sendo mais anestesiado e não necessita da troca de curativos. As feridas estão cicatrizadas” afirmou.
Tratamento
O felino recebeu alta após se recuperar das queimaduras de segundo grau nas quatro patas, graças a uma terapia com ozônio e laser usada pela primeira vez em onças. Pomadas homeopáticas também foram utilizadas.
O tratamento com ozônio, de acordo com Thiago Luczinski, foi usado para “acelerar a cicatrização para que a onça tivesse uma recuperação mais rápida”. A troca de curativos era feita de dois em dois dias, além da constante limpeza da área machucada.
Ousado foi resgatado no dia 11 de setembro por um helicóptero da Marinha. O animal foi levado para a Universidade Federal do Mato-Grosso (UFMT) e depois partiu em uma viagem de 13 horas para Corumbá de Goiás. Um médico veterinário acompanhou todo o trajeto.