Operação contra o terrorismo cumpre mandados em Goiás
Polícia Federal executa prisões e buscas e apreensões em dez Estados contra suspeitos de envolvimento com o Estado Islâmico
Goiás é um dos Estados em que a Polícia Federal cumpriu, nesta quinta-feira (21/7), ao menos um mandado de prisão durante a deflagração de uma operação contra o terrorismo. Por meio da Operação Hashtag, a corporação visa desarticular grupo envolvido na promoção do Estado Islâmico no Brasil e no planejamento de atentados terroristas no País durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro, que começam no dia 5 de agosto.
Além de Goiás, o Ministério da Justiça confirmou também cumprimentos de mandados nos Estados do Amazonas, Ceará, Paraíba, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. São cerca de 130 policiais envolvidos na operação, que prevê, até o fim do dia, a efetivação de dez prisões temporárias, duas conduções coercitivas e 19 buscas e apreensões.
De acordo com a divisão de Comunicação Social da PF, as investigações tiveram início em abril com o acompanhamento de redes sociais pela Divisão Antiterrorismo (DAT) da Polícia Federal. Os envolvidos participavam de um grupo virtual denominado Defensores da Sharia e planejavam adquirir armamentos para cometer crimes no Brasil e até mesmo no exterior. Uma ONG com atuação na área humanitária e educacional também é investigada por participação no caso.
A quebra de sigilo de dados e telefônicos revelou indícios de que os investigados “preconizam a intolerância racial, de gênero e religiosa, bem como o uso de armas e táticas de guerrilha para alcançar seus objetivos”, segundo a PF. Por questão de segurança e para “assegurar o êxito da operação”, a PF decidiu não revelar o nome dos presos ou maiores detalhes sobre as investigações. “O processo tramita em segredo de Justiça”, informou a PF em nota.
Essa é a primeira operação baseada na Lei 13.260/2016, de combate ao terrorismo. Os investigados responderão individualmente, na medida de suas participações, pelos crimes de promoção de organização terrorista e realização de atos preparatórios de terrorismo. A pena para o primeiro crime é de cinco a oito anos de prisão, além do pagamento de multa. Para quem executa atos preparatórios, a pena varia de três a 15 anos de prisão.