Operação resgata 16 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Santa Cruz de Goiás
Eles atuavam na colheita de cebola em uma fazenda e dormiam em casas em Pires do Rio
O Ministério Público do Trabalho resgatou 16 trabalhadores de condições análogas à escravidão em uma lavoura de Santa Cruz de Goiás. De acordo com a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), as vítimas atuavam na colheita de cebola em uma fazenda e dormiam em casas em Pires do Rio, no Sudeste do Estado.
Segundo os auditores-fiscais do trabalho, os trabalhadores eram dos estados do Maranhão e da Bahia. Eles vieram para Goiás com a promessa de trabalho com boa remuneração, com alojamento, alimentação e passagens inclusos. Entretanto, tudo lhes era cobrado: aluguel das casas, alimentação, passagens e até as ferramentas de trabalho.
Conforme expôs a investigação, que teve início no dia 20 de agosto, os trabalhadores dormiam em três casas, que não tinham móveis, em Pires do Rio. Todos eles atuavam de forma ilegal, sem regime de contratação.
“Eles dormiam em colchões no chão e preparavam suas refeições em fogareiros feitos de tijolos e madeira. Também faziam suas necessidades nos trilhos de trem próximo da casa, pois o banheiro não funcionava”, detalhou SIT.
Após a notificação, o empregador deverá pagar R$ 22.723,90 para os 16 trabalhadores, referentes a verbas rescisórias. “Além disso, ficou estabelecido, em termo de ajuste de conduta, firmado pelo MPT e DPU, um dano moral individual na importância de R$2 mil”, detalhou o órgão. Eles também deverão receber três parcelas do Seguro-Desemprego do Trabalhador Resgatado.
A operação foi planejada pela Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (DETRAE), da estrutura da SIT, e contou com a participação da Polícia Federal (PF) e da Defensoria Pública da União (DPU).