Órgão da Saúde sugere tratar autistas severos com eletrochoque
Novo protocolo está em em consulta pública. Entidades repudiam tratamento
A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que é ligada ao Ministério da Saúde, sugeriu o uso de eletrochoque no tratamento de pacientes graves de autismo. A indicação faz parte de um novo protocolo de atendimento da doença que está, atualmente, em consulta pública.
O documento cita que não tem diretrizes internacionais sobre o uso do eletrochoque, mas, que o tratamento tem gerado resultados promissores e poderia ser uma opção no tratamento da agressividade tanto em pacientes com neurodesenvolvimento adequado quanto em pacientes com autismo.
O que é a eletroconvulsoterapia?
Conhecido como eletroconvulsoterapia (ECT), o tratamento consiste na estimulação cerebral a partir de uma corrente elétrica que resulta em uma crise convulsiva com o objetivo de causar alterações no comportamento e atenuar sintomas psiquiátricos.
A técnica foi abandonada no Brasil durante a reforma psiquiátrica que resultou na Lei Antimanicomial de 2001, mas é indicada hoje para alguns casos como depressão severa com alto risco de suicídio, por exemplo, e catatonia.
Manifesto de repúdio reúne mais de 460 entidades
Desde o último dia 8, quando a consulta pública sobre o novo PCDT foi aberta, um manifesto de repúdio reúne mais de 460 entidades e mais de 16 mil assinaturas contra a regulamentação da terapia no Sistema Único de Saúde (SUS).
O documento cita que “se trata de uma ação violenta do Estado contra as pessoas a quem deveria proteger com políticas públicas consistentes e alinhadas com os direitos humanos”.