Dois brasileiros de 19 e 21 anos foram baleados com 29 tiros na noite de domingo (1º) na cidade de Pedro Juan Caballero, próximo à fronteira com Ponta Porã (MS). Investigado pela polícia paraguaia, o motivo do crime é cercado por mistérios. Um bilhete teria sido deixado no local, indicando que a ação seria do grupo autodenominado “Justiceiros da Fronteira”.
Segundo jornal paraguaio ABC, Robson e Jeferson Martinez de Souza trabalhavam em um lava-rápido na cidade de Ponta Porã e iam com frequência ao país vizinho. Os dois eram da mesma família.
À rádio local AM 0800, Federico Samudio, chefe da 3ª Delegacia de Pedro Juan Cabellero, disse que os autores dos tiros estavam em uma caminhonete preta. Os corpos baleados foram analisados pelo médico forense Marcos Prieto, que disse à emissora Imperio FM que um dos irmãos recebeu 20 tiros distribuídos pela cabeça, tórax, pescoço e abdômen. O outro levou nove disparos entre pescoço e tórax.
Um bilhete foi deixado ao lado da cena do crime endereçado a um grupo chamado “Guardiões do Crime do Brasil”. A mensagem promete vingança. “Não vamos mais permitir roubos na fronteira”, diz parte do texto.
“Justiceiros da fronteira”
Caso semelhante aconteceu com o casal Luis Mateo e Anabel Centurión, baleados com vários tiros no dia 27 em um bar na mesma cidade.
Na ocasião, o agente Aníbal Franco destacou em seu pronunciamento na noite de ontem que os criminosos deixaram um bilhete junto ao corpo de Luis Mateo, assinado pelos “justiceiros da fronteira” e com a frase “por favor, não roubar”, assim como o caso de domingo.
Cinco pessoas mortas em menos de três semanas na mesma região tinham assinatura do grupo, que ainda não foi identificado pela polícia.
Apesar das evidências, a polícia diz ainda não saber quem são os executores. “Nós não vamos descansar até esclarecermos os crimes atribuídos ao grupo”, encerrou Vidallet.
Vítimas não tinham antecedentes criminais
Em entrevista ao ABC, Jorge Vidallet, subchefe do Departamento de Investigações da Amabay, disse que os irmãos mortos não tinham antecedentes criminais, embora não descarte a possibilidade de envolvimento deles com facções ou roubos comuns.
“Fizemos uma pesquisa em nosso banco de dados e nenhum dos dois está listado”, disse a autoridade.