CEARÁ

Paciente com suspeita de covid atira cateter em enfermeira e agride três pessoas no CE

Hospital São José informou que o paciente se submeteu a testes e foi diagnosticado com HIV

Uma técnica de enfermagem foi agredida a socos e atingida no rosto por um cateter jogado por um paciente, que arrancou o equipamento do braço, no hospital São José, localizado em Fortaleza, na tarde da última terça-feira (23).

Lucas Cardoso Ferreira, de idade não informada, chegou à unidade hospitalar com suspeita de infecção do novo coronavírus, mas se recusou a ficar em observação e agrediu quatro pessoas. Ele foi preso em flagrante delito pela Polícia Militar e levado para a delegacia. O TJCE (Tribunal de Justiça do Ceará) informou que o homem foi solto após determinação de medidas cautelares.

Segundo o hospital, o paciente estava “visivelmente agressivo”, xingou com palavras de baixo calão os profissionais da equipe e agrediu, além da técnica de enfermagem, outros três servidores do hospital.

“Durante a internação, ele retirou do próprio braço o cateter intravenoso sem agulha e o arremessou em direção ao rosto de uma técnica de enfermagem”, informou o hospital. Depois disso, a técnica explicou que o homem poderia assinar um termo e sair do hospital.

Mesmo assim, o paciente voltou a agredir fisicamente a técnica de enfermagem “com arranhões no rosto e no braço, e empurrou outros dois profissionais.” Na tentativa de conter o paciente, um vigilante também foi ferido no braço.

O hospital São José informou que o paciente se submeteu a testes e foi diagnosticado com HIV. Por ser um paciente de alto risco de transmissão, a técnica de enfermagem e o vigilante que ficaram feridos devido às agressões deram início à terapia antirretroviral para profilaxia contra o vírus.

O UOL tentou localizar hoje a defesa do homem, mas não conseguiu. O TJCE não informou se o investigado apresentou advogado ou se ele foi assistido por um defensor público.

O TJCE informou que o juízo da 17ª Vara Criminal de Fortaleza (Vara de Audiências de Custódia) substituiu a prisão em flagrante pela imposição de medidas cautelares, já que o autuado possui endereço fixo, é primário e tem bons antecedentes. A decisão ocorreu de conformidade com parecer do Ministério Público Estadual.

“Com isso, Lucas Cardoso deve comparecer mensalmente à sede da Central de Alternativas Penais. Também está proibido de manter qualquer tipo de contato com a vítima e de ausentar-se da cidade onde reside sem informar o local onde poderá ser encontrado”, informou em nota. Além disso, o homem deverá comunicar mudança de endereço, caso haja durante o processo, e comparecer a todos os atos processuais para os quais for intimado.

Ainda de acordo com a decisão da 17ª Vara Criminal de Fortaleza, o descumprimento das medidas e/ou obrigações acima especificadas poderá acarretar na decretação da prisão preventiva, conforme previsão legal explicitada no § 1.º do artigo 312 do CPP (Código Processual Penal).