Paciente que acusa cirurgião de cárcere faz operação para retirar necrose no Rio
Mulher aponta complicações de uma abdominoplastia feita por Bolívar Guerrero, que está preso
A paciente Daiana Cavalcanti, de 36 anos, que acusa o cirurgião Bolívar Guerrero Silva de tê-la mantido em cárcere privado em um hospital na Baixada Fluminense, passou por uma cirurgia para retirar tecidos necrosados dos seios e da barriga. A mulher está internada desde o dia 21 de julho no Hospital Federal de Bonsucesso, na zona norte, para onde foi encaminhada após a prisão do médico.
Procurada, a instituição confirmou a cirurgia realizada na na quinta-feira (11), e disse que a paciente vem evoluindo bem em seu tratamento, mas não forneceu detalhes.
Em março, ela realizou uma abdominoplastia com o cirurgião no hospital particular Santa Branca, em Duque de Caxias, e, após complicações, relatou à polícia ter permanecido na unidade de saúde contra a própria vontade porque Silva não a liberava.
O médico está preso desde o dia 18 de julho. Depois da repercussão do caso, pelo menos 30 mulheres foram à Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) para denunciar o cirurgião por suposto erro médico. Algumas relataram que ficaram deformadas e com sequelas após terem sido operadas por Silva.
O cirurgião nega o cárcere e diz que não liberou a paciente porque ela não tinha assinado um termo de responsabilidade. Procurado, o advogado de Renato Darlan, que prestou assistência jurídica ao médico no início da caso, não está mais acompanhando o processo.
A defesa de Cavalcanti entrou na Justiça com um pedido de reparação por danos morais no valor de R$ 200 mil contra o Hospital Santa Branca e contra Silva.
Em 23 de julho, ela já havia passado por um procedimento cirúrgico para reparar os pontos na barriga que estavam em processo de necrose.