Padrasto filmado agredindo enteado de 4 anos deverá ser transferido para presídio
Victor Arthur Possobom já tem em passagens pela polícia por violência doméstica, lesão corporal, lesão corporal culposa, injúria e ameaça
Victor Arthur Possobom, filmado batendo e sufocando o enteado de 4 anos de idade, e que foi preso na noite desta sexta-feira (16), está na 76ª DP no Centro de Niterói, na Região Metropolitana. Na unidade policial, o suspeito preferiu ficar em silêncio na companhia do advogado Daniel Aguiar. Ele deverá ser transferido ainda neste sábado (17), para o Presídio de Benfica, na Zona Norte, onde passará por audiência de custódia.
A juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine, da 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, havia decretado a prisão preventiva de Victor pelos crimes de agressão e tortura contra o enteado. Ele foi flagrado por câmeras de segurança de um prédio, em Niterói, agredindo a criança. O pedido partiu da 2ª promotoria de justiça de investigação penal territorial do núcleo de Niterói.
De acordo com MPRJ, a apuração dos fatos revelou ainda que moradores e vizinhos reclamavam que frequentemente o denunciado gritava com o menor, tendo, em diversas ocasiões, escutado a vítima aos berros, pelas violências sofridas. Victor Possobom deve responder, segundo o MPRJ, pelo crime de tortura. O pedido de preventiva se justifica pela gravidade dos fatos flagrados pelas câmeras e para garantir a segurança da vítima, de sua mãe e das testemunhas.
Victor Possobom tem passagens pela polícia por violência doméstica, lesão corporal, lesão corporal culposa, injúria e ameaça. A mãe dele foi uma das vítimas das agressões. Em 2013, ela chamou a Polícia Militar após ser espancada por ele. Possobom chegou a ser preso, mas foi liberado. Uma ex-esposa do lutador de boxe também teria sido agredida quando ele tentou visitar o filho. Ontem, o delegado Claudio Ascoli pediu a prisão de Victor Arthur em razão das agressões sofridas pelo menino. O suspeito está sendo procurado pela polícia.
Existem também outras acusações contra o homem em algumas delegacias do Rio e também na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Niterói. Entre os crimes estão: lesão corporal, lesão corporal culposa, injúria e ameaça. O último registro datado contra Possobom é de julho de 2022, pelo crime de violência psicológica contra a agora ex-mulher.
Em 2015, uma ex-companheira de Possobom disse que ele foi até sua casa, no Largo da Batalha, exigindo ver o filho dele. Sem conseguir encontrá-lo, começou a ofender a mãe da criança. Ao tentar entrar na casa, empurrou o portão, que atingiu a vítima.
Dois anos depois, já em 2017, uma testemunha relatou que viu Possobom agredindo a namorada com um tapa, e que a vítima estava com a testa vermelha e o rosto sangrando. A testemunha contou que a vítima caiu no chão, e que em seguida Victor a levantou e balançou pelos braços.
O advogado de defesa de Victor, Daniel Aguiar, alega que seu cliente sofre de transtornos mentais e justifica as agressões com a condição psíquica do acusado.
Veja a íntegra da nota de defesa:
“Inicialmente quero registrar que em razão da opinião pública, cumpro o dever de levar a público que o Advogado Criminalista não defende o crime, mas o cidadão que está sendo acusado de um crime, para que tenha uma sentença justa conforme prefeitura a Lei. Esse esclarecimento inicial é de fundamental importância, pois traz em si, a essência do que preceitua a Constituição Federal em seu ar 5. Inciso LV relativamente a ampla defesa. Passando a questão da filmagem, tenho a esclarecer que meu cliente sofre de transtornos psiquiátricos, e vem sendo submetido a tratamento nesse sentido. Ele tem transtorno comportamental com alternância de momentos de euforia e comportamentos impulsivos”, diz a nota, que continua:
“Ele faz uso de medicamentos de controle especial e exatamente no dia dos fatos, em razão de Sra. Jéssica (mãe da criança) ter tido, também um ‘surto’ dizendo que iria tirar a própria vida, deixou-o em um estado de completa tensão emocional. Esclareço que a Sra. Jéssica, ao contrário, muito ao contrário do que vem alegando em público, ela não sofreu agressão por parte do Victor Arthur, deixou propositalmente de informar na mídia, que é traficante de drogas, responde a processos criminais, inclusive, no Estado de São Paulo, estava com tornozeleira e arbitrariamente se desfez da mesma. Por isso, reitero que o episódio por ele descrito de que teria feito um aborto em razão de agressão do meu cliente, jamais isso ocorreu e em razão disso, ela deverá fazer prova nesse sentido. Já estou procedendo a de defesa do meu cliente, repito, em fiel obediência ao direito da ampla defesa. Isso é o que me cumpria esclarecer. Em anexo, envio provas documentais tanto do tratamento do Victor Arthur, quanto dos processos que a Sra. Jéssica responde.”