Padre acusado de abusar de adolescente em Caldas Novas é condenado a 15 anos de prisão
Advogada do réu já recorreu da decisão e afirmou que houve cerceamento da defesa durante o processo
O padre Fabiano Santos Gonzaga, acusado de ter abusado sexualmente de um adolescente que sofre de deficiência mental, foi condenado a 15 anos de prisão. A decisão é da juíza Vaneska Baruki, da comarca de Caldas Novas, onde o crime teria sido cometido.
O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) confirmou que a sentença foi proferida no último dia 23 de maio e, a priori, deve ser cumprida em regime fechado. Outros detalhes não foram divulgados, já que o caso corre em segredo de Justiça.
A advogada de Fabiano, Lorena Paixão Nascimento, informou que ainda não teve acesso aos fundamentos da decisão, mas já recorreu. “Eu acredito na inocência do meu cliente. Houve cerceamento da defesa no decorrer do processo e a pena é exagerada. A juíza não considerou a primariedade e o fato de ele ter residência fixa”, salientou.
A advogada informou também que Fabiano permanece suspenso de suas atividades como padre e que deve ser julgado pelo tribunal eclesiástico para definir se ele continua a fazer parte da Igreja Católica. Esse processo, porém, só deve acontecer após o caso ser julgado em todas as instâncias da Justiça comum.
Denúncia
O suposto caso de abuso teria acontecido no dia 4 de junho do ano passado, em um hotel de Caldas Novas, onde Fabiano estava hospedado. Na época, ele era padre em Frutal, cidade no interior de Minas Gerais, a 350 quilômetros de Caldas Novas.
A vítima, um garoto de 15 anos, contou à mãe que foi obrigado por Fabiano a manter relações com ele enquanto estavam na sauna do estabelecimento. A polícia foi chamada e as partes foram encaminhadas à delegacia.
O religioso alegou à polícia ter mesmo conversado com o adolescente, mas que saiu do local assim que notou que ele tinha problemas. O relato de um psicólogo, que conversou com a vítima, e outros indícios – como imagens pornográficas em seu celular – teriam pesado no flagrante.
Afastamento
Ainda em junho do ano passado, a Arquidiocese de Uberaba divulgou nota para dizer que repudia todo tipo de violência e que aguarda a apuração dos fatos pelas autoridades competentes. A arquidiocese também alegou que o padre, que foi ordenado há pouco mais de dois anos, está agora “vedado no exercício do ministério presbiteral ou qualquer outro encargo eclesiástico”.