Padre bolsonarista criou ‘oração do golpe’ e pediu a fiéis orações por militares
Religioso de Osasco, que é influenciador, foi indiciado pela PF por trama golpista
O padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, um dos 37 indiciados pela Polícia Federal por envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder criou uma “oração ao golpe” logo após a eleição de 2022, quando Luiz Inácio Lula da Silva saiu vitorioso. O padre enviou mensagens orientando fiéis que orassem por militares.
A informação consta do relatório de 884 páginas da Polícia Federal da investigação que apura uma trama golpista, a partir da análise de dados armazenados do aparelho do padre.
Conforme O Globo, o padre, que é ligado à Diocese de Osasco (SP), prestou atendimento espiritual ao ex-presidente quando ele levou uma facada no abdômen durante a campanha eleitoral de 2018.
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Padre pede orações por militares
Em uma mensagem enviada a um contato armazenado como “Frei Gilson”, o padre pede que “todos os brasileiros, católicos e evangélicos, os incluam em suas orações, os nomes do Ministro da Defesa e de outros dezesseis Generais 4 estrelas “pedindo para que Deus lhes dê a coragem de salvar o Brasil, lhes ajude a vencer a covardia e os estimule a agir com consciência histórica e não apenas como funcionários públicos de farda”.
Segundo a PF, a mensagem demonstra que o religioso, logo após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais, “já disseminava a ideia de um golpe de Estado apoiado pelas Forças Armadas, para manter o então presidente no poder e impedir a posse do governo eleito”.
Com cerca de 425 mil seguidores no Instagram, o religioso se diz “sacerdote, pároco e professor”. O padre vende cursos on-line sobre temas ligados ao catolicismo, como o “código do matrimônio” e “batalha espiritual” contra o “mal”.
De acordo com a PF, os indiciados devem responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, cujas penas máximas somam 10 anos de prisão.