HOMOFOBIA

Pai é indiciado por matar amigo do filho por ser gay em Mato Grosso

Homem também foi indiciado por dupla tentativa de homicídio após atirar em dois outros jovens

Victtor Bianchini, de 17 anos, (à esquerda) foi morto a tiros e Leonardo Rodrigues (à direita) foi atingido por 3 tiros e sobreviveu após cirurgia (Foto: Divulgação)

A Polícia Civil do Mato Grosso indiciou um homem, que não teve a idade divulgada, pela morte de um adolescente, de 17 anos, em Rondonópolis, a 212 quilômetros de Cuiabá. Segundo a corporação, o crime teria motivação homofóbica, tendo em vista que o homem não aceitava a amizade do filho com a vítima por ser gay. O suspeito é considerado foragido após a Justiça expedir um mandado de prisão preventiva contra ele.

Segundo a PC, o homem foi indiciado, na última segunda-feira (3), por homicídio consumado e dupla tentativa de homicídio, já que ele também alvejou os dois outros jovens. O crime foi investigado pela Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da 2ª Delegacia de Polícia de Vila Operária.

O crime

A vítima, Victtor Cauã Bianchini Silva, de 17 anos, foi morta no último dia 14 de março, em uma residência que funcionava um cento espírita. No local, as equipes policiais encontraram o adolescente já sem vida, atingida por um disparo de arma de fogo.

Os policiais souberam que o suspeito do crime era pai de um adolescente que frequentava o centro religioso. Além da morte de Victtor, três disparos também atingiram outras duas pessoas que estavam no local, uma delas é o responsável pela realização dos cultos religiosos, Leonardo Rodrigues da Silva, de 21 anos. Essas pessoas foram socorridas e encaminhadas aos hospitais. Todas passam bem.

A delegada Karla Peixoto Ferraz afirma que o inquérito deixou evidente que as vítimas não tiveram chance de defesa e descartou a possibilidade de intolerância religiosa. “Apesar de ter ocorrido dentro de centro religioso, foi constatado que o crime tem na verdade motivação homofóbica, uma vez que o suspeito não aceitava as amizades do filho por se tratarem de homossexuais”, explicou a delegada.