Pai é preso suspeito de matar o filho de 1 ano asfixiado, no Mato Grosso
Acusado alegou que criança havia se enrolado sozinha em fio de carregador de celular, mas versão foi descartada pela perícia
Um homem suspeito de matar o próprio filho, de apenas 1 ano e 8 meses, asfixiado foi preso, nesta segunda-feira (20), por policiais civis, em Mato Grosso. O crime ocorreu na casa da família, em Primavera do Leste, a 231 quilômetros de Cuiabá. Aos investigadores, o acusado alegou que o filho havia se enrolado sozinho no cabo do carregador de celular, mas essa versão foi descartada pela perícia.
“Os vestígios encontrados derrubaram a versão apresentada pelo suspeito, sendo realizada a sua prisão em flagrante pelo crime de homicídio qualificado”, disse o delegado Allan Vitor de Souza Mata.
As investigações sobre o caso começaram logo após o menino dar entrada numa UPA, onde foi constatada sua morte. Segundo a equipe médica da unidade, os pais chegaram com a criança por volta das 06h50 de segunda-feira (20). O menino não tinha sinais de agressões aparentes, mas mesmo assim a polícia foi acionada.
Os pais, então, foram levados para prestar depoimento. O pai contou ter dado mamadeira para o filho por volta das 3h30. De acordo com ele, em seguida a criança foi colocada num berço improvisado ao lado da cama do casal. O homem afirmou que cobriu o menino e deixou seu celular carregando em uma tomada ao lado do berço.
Ainda de acordo com a versão do pai, quando ele e a mulher acordaram para levar o menino para a creche, perceberam que ele estava com o fio do carregador enrolado. O homem, então, teria desenrolado o fio e visto que a criança estava com a boca roxa, sem respirar e sem pulso. Ele teria tentado reanimar o filho e em seguida foi para a UPA.
Durante a necrópsia, foi constatado que havia sinais de lesão na parte interna dos lábios, demonstrando que alguém teria feito força para tapar a boca da criança. Os agentes viram ainda que a criança apresentava sinais de asfixia por obstrução das vias aéreas, lesões na parte interna da cabeça e hemorragia no cérebro, que podem ter sido provocadas por instrumento contundente ou movimentação retida drasticamente da cabeça da vítima.
A mãe da criança também foi ouvida e disse que não percebeu nada, mas relatou ter visto o marido na sala, alimentando a criança durante a madrugada e ainda o momento em que ele colocou o filho no berço e deitou para dormir.
Em relação a participação da mãe, não há elementos suficientes que indiquem que ela tenha participado do crime. Por isso, a mulher foi liberada.
A Polícia Civil tem dez dias para concluir a investigação. O pai será foi encaminhado para cadeia pública, onde aguardará a conclusão da investigação e o processo criminal preso.