CONFUSÃO

Pais acusam Materno-Infantil de querer dar alta a bebê com fratura, mas hospital nega

O hospital nega ter havido negligência e afirma que a criança continua internada, sem previsão de alta

Pais acusam Materno-Infantil de querer dar alta a bebê com fratura, mas hospital nega (Foto: Reprodução - Arquivo Pessoal)

Uma família afirma que, há 32 dias, o filho Luis Felipe nasceu com o braço quebrado após uma cesárea no Hospital Materno Infantil, em Goiânia. O pai do bebê, Daysomar Bueno, diz que o Materno, além de não ter prestado a devida assistência à família e ao recém-nascido, estaria analisando a possibilidade de dar alta à criança, que é prematura. O hospital, no entanto, nega ter havido negligência e afirma que a criança continua internada, sem previsão de alta.

“Estão querendo dar alta para ele sem arrumar um ortopedista. Até hoje, a criança está com braço quebrado. Ninguém está ajudando a gente”, afirma Daysomar. O pai conta que, assim que Luis Felipe nasceu, no dia 20 de agosto, os médicos comunicaram a família sobre a fratura no braço do bebê.

“Eu fui visitar ele [o bebê] e estava com o braço roxinho, chorando. Quase todo dia ele continua chorando do mesmo jeito. Eles mentem dizendo que engessaram o braço dele, mas só tem uma tala lá. É difícil ir um ortopedista”, desabafou o pai.

A mãe do recém-nascido, Maria Eduarda Rodrigues, de 24 anos, acredita que o parto foi feito por estagiários e reclama que um médico só apareceu ao final da cirurgia.

Hospital nega negligência à bebê com fratura

A reportagem procurou o hospital sobre o caso e refez os questionamentos da família. Em resposta, o Materno-Infantil explicou que Maria Eduarda deu entrada no hospital com gestação de 31 semanas e quatro dias, no dia 19 de agosto, por conta de uma perda de líquido.

Naquele dia, o hospital afirma que a paciente foi acompanhada pela equipe médica durante todo o período que antecedeu o parto, sendo feitos exames e todas as medidas para para tentar inibir a progressão do parto prematuro, já que ele é de risco. Entretanto, no dia 20, devido uma complicação, foi necessária a cesárea de urgência.

O recém-nascido nasceu prematuro extremo. Devido a sua posição e o próprio quadro de prematuridade, ocorreu a fratura no braço. O hospital afirma, ainda, que assim que Luis Felipe nasceu foi intubado e encaminhado para Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI). Ele teve a primeira avaliação do ortopedista no dia seguinte ao seu nascimento, para os procedimentos adequados. Durante a avaliação, a fratura foi corrigida e o braço imobilizado.

Desde então, o bebê vem sendo acompanhado pelo especialista, sendo, inclusive, a última avaliação nesta sexta-feira (30). O recém-nascido permanece internado na unidade pois ainda não possui condições de alta e tem programação de acompanhamento ambulatorial após alta, que ainda não tem data definida.

Novas orientações à família

Também segundo o hospital, a equipe médica recebeu a denúncia com extrema tristeza e choque, pois têm oferecido todo suporte ao bebê. A fim de evitar novas confusões, a familia foi novamente orientada pelos médicos sobre os procedimentos.

Ao Mais Goiás, a unidade médica ainda reforçou que a acusação de que ‘estagiários’ teriam feito o parto é descabida e que uma equipe médica preparada realizou a cirurgia, justamente por se tratar de um parto de extrema complexidade.

Além disso, o hospital reforçou que não houve negligência e que, por se tratar de um bebê prematuro e extremamente frágil, a imobilização do braço fraturado acontece pela tala.