Pão de Açúcar vai ganhar tirolesa de 755 metros, com velocidade de 100 km/h
Se o Parque Bondinho Pão de Açúcar já era deslumbrante, a partir de novembro, o…
Se o Parque Bondinho Pão de Açúcar já era deslumbrante, a partir de novembro, o lugar vai ser de tirar o fôlego. Prestes a completar 110 anos, um dos cartões-postais mais visitados do mundo – 50 milhões de pessoas já passaram por lá desde a inauguração – vai ganhar uma tirolesa de 755 metros. Serão quatro linhas ligando o Pão de Açúcar ao Morro da Urca, num trajeto de menos de 50 segundos, numa velocidade de 100km/h.
— Será a tirolesa mais linda do mundo. Não vai ser a maior, não vai ser a mais rápida, mas vai ser a mais linda. Esse título ninguém tira da gente — comemorou Sandro Fernandes, CEO do Parque Bondinho Pão de Açúcar, afirmando que serão investidos pela marca mais de R$ 150 milhões para incentivar o mercado local. — Somos muito mais do que um parque, que uma localização. Somos um estado de espírito. Estamos aqui proporcionando experiências únicas, muito mais do que um passeio, é algo que você leva para a sua vida.
O projeto do escritório de arquitetura Índio da Costa ainda espera a aprovação final da prefeitura, mas, se depender da vontade do prefeito Eduardo Paes, que estava no evento e foi simpático à causa, o percurso com vista para Niterói e Baía da Guanabara já está pronto para sair do papel.
— O Pão de Açúcar não é só um parque, é um símbolo mundial. Quando a gente pensa em símbolos, a gente pensa na Torre Eiffel, pensa na Estátua da Liberdade. E o Pão de Açúcar é isso. Pertence à humanidade, mas, acima de tudo, pertence aos cariocas. Obrigada por essa super aposta na cidade, por fazer desse lugar um espaço incrível. O Rio é uma cidade especial, tem muito jeito, ela é viável. Vamos continuar acreditando — disse Paes, fazendo uma única ressalva — Só fiquei chateado com uma coisa que você disse, que daqui só dava para ver Niterói. Daqui dá para ver Maricá também.
Um dos maiores símbolos do Brasil, começou a ser construído em 1909, três anos antes de fazer a sua primeira viagem. Mas mesmo antes do teleférico, as pessoas já exploravam o lugar escalando. O pioneirismo da conquista, aliás, é de uma mulher, Henrietta Carstairs, em 1817. Por sorte, engenheiro Augusto Ferreira Ramos teve a ideia de construir o caminho aéreo, o que transformou a história da cidade.
— Era uma ideia completamente inovadora de um pioneiro que conseguiu vislumbrar que era possível ligar por cabos a Praia Vermelha ao Morro da Urca — diz Fernandes, ressaltando que na década de 1970, o sistema foi modernizado. — Foi quando a capacidade de transporte foi multiplicada por dez, aumentando de 130 pessoas por hora para 1.300 pessoas por hora.
A área de inovação, inclusive, vai ganhar reforço. Em breve, será lançado um edital para que o lugar acolha quatro startups de entretenimento, turismo e mídia para serem incubadas por lá.
— Vamos criar um marketplace que vai integrar todas as operações turísticas e hotéis em um só lugar — adiantou Fernandes. — Isso nenhuma outra cidade tem no Brasil. A jornada do visitante do Rio de Janeiro será totalmente integrada.
O teleférico foi o primeiro do Brasil e o terceiro do mundo. Atualmente, é o mais longevo em operação e carrega a marca de mais de cinco milhões de viagens. Nesses tantos anos de vida, o lugar deixou de ser apenas um ir e vir para as alturas para se tornar um polo de entretenimento, com shows, bares, restaurantes e até cenário de filme de James Bond, no 007 contra o Foguete da Morte.
— É um dos passeios mais expressivos para se sentir as maravilhas dessa cidade. É um encanto de beleza da natureza — definiu o presidente emérito, Cristóvão Leite de Castro, em depoimento por vídeo.
Os pilares de entretenimento serão turbinados ao longo do ano. A Concha Verde, que completa 45 anos também em 2022, e por onde já passaram ícones da cena musical do Brasil e do mundo, como Rita Lee, Erasmo Carlos, Ney Matogrosso, Rod Stewart. Em outubro, o lugar receberá uma nova temporada de shows, com a nova edição do Noites Cariocas.
Reforçando a vocação de ponto de entretenimento, a noite teve ainda show do cantor e ator de musicais Cláudio Lins, com músicas que tem o Rio de Janeiro como inspiração, e apresentação do jornalista e escritor Leonardo Bruno.
— A primeira subida aqui é muito impactante. No pós-pandemia, a primeira vez que eu subi aqui, eu retomei essa impressão. A gente ficou tanto tempo preso, em casa, e o reencontro com a nossa cidade foi especial — disse Bruno.
E se alguém ainda duvida do carisma do monumento, até o Cristo Redentor vestiu laranja para homenagear o Bondinho para celebrar as novidades dos próximos 110 anos do lugar.
— Vamos resgatar a autoestima dos cariocas, nós vamos fazer a diferença — concluiu Fernandes.