Papa Francisco envia mensagem ao Brasil e pede ‘união’ e ‘reconciliação’
Mensagem foi dita na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Por ocasião da 58ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), pela primeira vez realizada de forma virtual, o papa Francisco enviou, nesta quinta-feira (15), uma mensagem em vídeo dirigida aos bispos e ao povo brasileiro. Pediu, principalmente, “união” e “reconciliação” para superar as crises.
No início da mensagem, o pontífice afirmou que, através da Igreja Católica do Brasil, se dirigia também a todo o povo brasileiro, “num momento em que este amado país enfrenta uma das provas mais difíceis da sua história”.
O papa manifestou sua “proximidade” a todas as “centenas de milhares de famílias” que choram a perda de um ente querido, vítima da covid-19. Citando “jovens e idosos, pais e mães, médicos e voluntários, ministros sagrados, ricos e pobres”, Francisco lembrou que a “pandemia não excluiu ninguém no seu rastro de sofrimento”.
Na mensagem, o líder máximo da Igreja Católica recordou sua “inesquecível” visita ao Brasil, em 2013, e do que disse a respeito da história da imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do país. Por ter sido encontrada quebrada, poderia servir de símbolo da realidade brasileira: “o que estava separado, recobra a unidade”.
De acordo com o papa, a missão da Igreja Católica brasileira é ser “instrumento de unidade”. Para isto, pontuou Francisco, é necessário deixar de lado as “divisões e as desavenças”.
Somente assim, prosseguiu, os bispos poderão inspirar os fiéis, outros cristãos e cidadãos, em todos os níveis da sociedade, “inclusive no nível institucional e governamental”, a trabalharem juntos para superar não somente a crise gerada pelo covid-19, mas também o “vírus da indiferença”, que nasce do egoísmo e gera “injustiça social”.
O papa também expressou o seu desejo de que a Assembleia Geral dos bispos dê “frutos de unidade e reconciliação a todo o povo brasileiro” e à CNBB e lembrou que “unidade não é uniformidade”, mas sim “harmonia”.
Francisco concluiu o seu pronunciamento dizendo estar consciente de que “o desafio é grande”, mas mandou uma mensagem de esperança ao Brasil: “sabemos que o Senhor caminha conosco”.