A paralisação de 24 horas dos policiais realizada nesta quarta-feira (21) teve adesão quase total da categoria e as delegacias de polícia de todo o Estado pararam hoje, informa o Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol-GO). Nas maiores cidades, como nas regionais de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Anápolis, Rio Verde e Jataí, e em outras que são estratégicas, embora não sejam regionais, como Caldas Novas, nenhuma ocorrência foi registrada. A paralisação foi proposta pela Confederação Brasileira dos Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) e aprovada no congresso nacional realizado em agosto.
Em Goiás, a categoria aprovou a adesão à paralisação durante assembleia geral realizada na quinta-feira da semana (15) passada pelo Sinpol. O presidente da entidade, Paulo Sérgio Alves de Araújo, credita a grande adesão à conscientização da categoria. “Os colegas viram que as propostas do governo que estão em pauta no Congresso Nacional vão tirar muitos direitos dos trabalhadores”, justifica. Antes da paralisação, diretores do Sinpol estiveram nas delegacias conscientizando os policiais sobre a importância da adesão.
Entre os projetos contra os quais os policiais protestam, estão a PEC 241/2016, que limita o crescimento dos gastos dos estados à inflação do ano anterior por 20 anos; e a PLP 257/2016, que trata da renegociação das dívidas dos Estados. “Se estes projetos entrarem em vigor, o servidor público pagará a conta da péssima gestão realizada pelos governantes brasileiros”, afirma o presidente do Sinpol-GO.
O presidente lembra que em Goiás, o governo fez compromisso com os policiais civis de pagar a reposição salarial de 12,33% todos os anos até 2017. “No ano passado, a promessa não foi honrada. Recentemente o governador Marconi Perillo garantiu que vai fazer o pagamento de 2015 até dezembro, mas não temos certeza se realmente vai acontecer. Vamos intensificar a luta para garantir nossos direitos e eles estão intimamente ligados com o bem-estar da população goiana”, afirma Paulo Sérgio. O reajuste dos valores dos subsídios das carreiras dos servidores foi aprovado pela Assembleia Legislativa em abril de 2014.
Paulo Sérgio lembra ainda que o corte no orçamento dos Estados atingirá outros funcionários públicos, prejudicando a prestação de serviço à população. “Novos concursos públicos não serão realizados, haverá uma grande quantidade de servidores insatisfeitos e problemas de infraestrutura. Pedimos a compreensão da população neste dia de paralisação. Quando lutamos por nossos direitos, lutamos pelos direitos de todos”, explica o presidente.