Saúde

Parceria entre HMI e HGG deve diminuir fila para cirurgias eletivas pediátricas

Crianças serão operadas por equipes dos dois hospitais. Adolescentes terão continuidade do tratamento assegurado

Uma parceria entre o Hospital Materno Infantil (HMI) e Hospital Geral de Goiânia (HGG) deve facilitar o acesso de crianças e adolescentes que estão na fila para cirurgias eletivas na área de urologia, otorrinolaringologia e cirurgia plástica. Além disso, a variedade de procedimentos realizados nos dois hospitais ajudará na formação dos médicos residentes.

Diretor-técnico do HGG, Rafael Nakamura, explica que pacientes da urologia ou otorrinolaringologia serão operados por equipes do HGG no HMI. “Isso vai acontecer porque o transporte tem mais risco. Como nossa equipe é especializada nesta área, nós vamos ao hospital ajudar”, explicou o diretor. As crianças com mais de 4 anos, pacientes do HMI, passarão por cirurgia no HGG.

Já os pacientes maiores de 12 anos do Centro de Reabilitação de Fissuras Lábio-Palatinas (Cerfis), do HMI, terão assegurada a continuidade dos procedimentos na especialidade bucomaxilofacial e cirurgia plástica realizados no HGG. Da mesma forma, pacientes do HGG menores de 12 podem ser operados por equipes do HMI.

“É uma quebra de paradigmas e uma lacuna que tínhamos na pediatria da rede pública em Goiás. A parceria vai garantir a integralidade da assistência, um dos princípios do Sistema Único de Saúde, e uma barreira de acesso que muitos pacientes do HMI encontram quando atingem determinada idade”, avalia a diretora regional do Instituto de Gestão e Humanização (IGH), Rita Leal – a instituição é responsável pela administração do HMI.

As cirurgias compartilhadas já começaram a ser feitas, mas para oficializar a parceria foi assinado um Termo de Cooperação pelo secretário Estadual da Saúde, Leonardo Vilela, e representantes do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech), responsável pelo HGG, e o IGH. Não houve aumento de custos para nenhum dos hospitais.

Dona Iris

Com o fim da realização de exames, consultas e cirurgias pelo Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), uma das preocupações é a superlotação do HMI. Porém, de acordo com Rita, o hospital não permitirá a entrada de mais pacientes que o possível nas áreas de tratamento interno, como as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin).

No último mês dois bebês morreram na Ucin do hospital após terem uma infecção causada pela bactéria Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KCP). O hospital apontou a superlotação como principal causa para o surgimento do microrganismo no local. “Não vamos permitir superlotação nas UTIs e já informamos oficialmente as secretarias municipal e estadual de Saúde sobre a demanda acima da média no pronto-socorro do HMI”, afirma a diretora.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a diretoria do HMDI foram procurados pela reportagem do Mais Goiás, mas até a publicação desta reportagem não houve resposta.