Parecer da CGE sobre a realização do FICA 2019 deve ser entregue esta semana
O FICA, que no ano passado chegou à vigésima edição, exibiu 101 filmes. Dentre eles, 47 são obras produzidas em Goiás
O parecer da Controladoria Geral do Estado (CGE) sobre a realização do Festival Internacional de Cinema Ambiental (FICA) de 2019 está previsto para ser entregue nesta quinta-feira (11), de acordo com o secretário de Cultura de Goiás (Secult), Edival Lourenço. No último dia 10 de junho, conforme publicado pelo Mais Goiás, o titular da pasta, Edival Lourenço, afirmou que não teria condições de realizar o festival caso as dívidas de 2018 não fossem quitadas.
Os débitos totalizam em R$ 1.116.600, de acordo com o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental (IDESA), parceiros na execução do evento. Nesse contexto, a Secult informou que a decisão a respeito da edição 2019 não dependia apenas da Secretaria, mas também das áreas jurídicas e de controle interno do Governo Estadual.
A incerteza quanto à realização do evento aflige os produtores de cinema de Goiás. “O FICA é uma das principais vitrines para a mostra do cinema goiano”, afirma o cineasta Luciano Evangelista. “Além disso, contribui no aspecto de formação e visibilidade para quem está começando na área”, diz.
Ele ainda explica sobre a crescente qualidade dos filmes e o incentivo financeiro que participantes da Mostra ABD (da Associação Brasileira de Documentaristas), por exemplo, recebiam. Antes, o prêmio demorava cerca de seis meses para chegar aos vencedores. “Mas os premiados do ano passado ainda não receberam e não têm previsão para receber a premiação”, conta Luciano.
O curta A viagem de Ícaro, por exemplo, do qual Luciano é montador, venceu em três categorias, na Mostra ABD e na mostra competitiva oficial: melhor ator, melhor montagem e 2º melhor filme goiano. O montador ainda explica que o processo de produção de um filme é muito longo, desde as etapas de concepção, seleção de equipe, captação de recursos, filmagens e pós-produção. Além disso, são muitos profissionais envolvidos, o que tem como consequência a geração de renda e a rotatividade da economia. “Da pré-produção até o lançamento do filme leva-se em torno de um ano a um ano e meio”, explica o cineasta.
O FICA, que no ano passado chegou à vigésima edição, exibiu 101 filmes. Dentre eles, 47 são obras produzidas em Goiás. Segundo organização do evento, em 2018 mais de 40 mil pessoas passaram pela cidade durante os seis dias de evento. E cerca de 6 mil participaram das atividades. Além disso, 2 mil alunos da rede estadual participaram do Festival.
O presidente do IDESA, Paulo d’Ávila, enfatiza que o Fica emprega direta e indiretamente diversas pessoas e empresas e contribui com a rotatividade de economia na Cidade de Goiás e no estado. “Desde quem trabalha com cinema e no próprio FICA, a Hotéis e restaurantes na Cidade de Goiás. Sendo assim não dá para mensurar quanto dinheiro o festival pode gerar à economia do município e até internacionalmente, já que pessoas de outros países participam e, com isso geram lucro à empresas aéreas, por exemplo”, finaliza.
*Larissa Lopes é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira