Parlamento grego aprova medidas de austeridade
Projeto exigido por credores prevê privatizações e aumento de impostos
O parlamento grego aprovou ontem as medidas de austeridade exigidas pelos credores para a concessão de uma nova parcela do terceiro programa de resgate ao país, negociado em 2015.
“Hoje termina um período difícil para o país e damos o primeiro passo para sair da crise, um período que também terá as suas dificuldades”, disse o primeiro-ministro Alexis Tsipras, antes de destacar que “os parceiros europeus recebem a mensagem de que a Grécia respeita os seus compromissos, e agora eles devem demonstrar que respeitam os seus”, em referência às eventuais negociações sobre o alívio da dívida grega. O Eurogrupo se reunirá na próxima terça-feira (24).
O projeto aprovado prevê um mecanismo de correção automática em caso de derrapagem orçamental e medidas suplementares para acelerar as privatizações e aumentar os impostos indiretos, incluindo o IVA (imposto sobre valor agregado), com o qual o governo pretender recolher 1,8 milhão de euros por ano.
Com esta nova lei, o governo grego também liberaliza a venda de fundos de investimento e estabelece um novo fundo de privatizações.
O texto de 7 mil páginas, aprovado pela coligação governamental liderada pelo Syriza, já tinha sido adotado na última sexta-feira (20) em comissão parlamentar, com os votos do partido da esquerda grega liderado por Tsipras e de seu aliado, o pequeno partido soberanista Anel (Gregos Independentes).
Durante a tarde e na praça Syntagma, em frente ao parlamento, uma manifestação em protesto contra a aprovação da lei ocorreu sem incidentes. Segundo a polícia, o protesto reuniu cerca de 11 mil pessoas.