O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que está arrependido de ter aceitado indicação política para ter assumido a diretoria de Abastecimento da estatal. Segundo ele, sem apoio político, nenhum funcionário chegaria a postos de comando na empresa.
“Infelizmente, me arrependo amargamente, aceitei indicação política para a diretoria de abastecimento. Estou arrependido de ter feito isso […] Desde o governo Sarney até o governo Dilma todos os diretores tiveram apoio político para ocupar cargos. O que acontece na Petrobras acontece no Brasil inteiro. É só pesquisar”, afirmou.
Antes, ele havia dito que não vai responder aos questionamentos dos parlamentares da CPI Mista da Petrobras. Ele está neste momento de frente a outro ex-diretor, Nestor Cerveró para uma acareação.
“Todas as dúvidas foram esclarecidas ao Ministério Público, à Polícia Federal e a Justiça”, afirmou.
Paulo Roberto disse ainda que fez a delação por amor e respeito à família.
Autor do requerimento que deu origem à acareação, o deputado Enio Bacci (PDT-RS) foi o primeiro a apresentar suas dúvidas. As primeiras perguntas foram relativas à compra da refinaria de Pasadena (EUA), negócio que deu prejuízo milionário à Petrobras, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU).
O deputado lembrou que Paulo Roberto Costa sempre afirmou que havia corrupção na empresa, e Cerveró negou. Todavia, destacou o parlamentar, ambos exerciam funções de direção bem próximas. Além disso, o deputado lembrou que Cerveró negou o recebimento de qualquer vantagem ilícita, mas Paulo Roberto disse à Polícia Federal e ao Ministério Público que Cerveró recebeu sim propina.
A reunião está sendo conduzida pelo vice-presidente da CPI, senador Gim (PTB-DF). Na abertura, o deputado Onyx Lorenzoni (PDT-RS) voltou a cobrar uma nova reunião administrativa ainda nesta semana para votação de mais requerimentos.