PC prende esposa e filho de homem assassinado há 18 anos
Inquérito ficou parado por anos e crime quase foi prescrito. Delegado diz que perícia provou envolvimento dos familiares no assassinato
Um assassinato que aconteceu há quase 19 anos está perto de, finalmente, ser solucionado. A Polícia Civil prendeu nesta terça-feira (3) Lejinda Maria Santos Rocha e Eduardo Santos Rocha, filho dela. Ambos são acusados de matar Rogério Rocha, assassinado no dia dia 08 de janeiro de 1998 no interior da sua própria casa em Anápolis.
Na ocasião, a mulher da vítima, Lejinda, e o filho alegaram que assaltantes invadiram a residência e atiraram contra Rogério, que foi encontrado dentro da caminhonete dele. Contudo, durante as investigações surgiram elementos que contradizem a versão dos familiares.
Segundo o delegado Cleiton Lobo Araújo, a vítima ainda estava viva quando os policiais militares chegaram na casa, o que levantou suspeitas. “A vítima foi ser socorrida no hospital, mas ela só foi socorrida depois que a polícia chegou e o policial viu que ela estava viva. Eles ficaram ali cerca de 30 minutos e não fizeram nada.”
Um dia após o assassinato, no velório da vítima, a polícia encontrou a arma do crime – uma espingarda – escondida na casa da família. Cleiton explica que os exames periciais ainda revelaram que Rogério foi baleado em outro lugar e foi levado na caminhonete da família até a casa. “O laudo pericial foi bem conclusivo dizendo que essa tese [da esposa e do filho] é impossível de ter ocorrido porque o tiro da espingarda foi de cima para baixo. Foi execução. O homem devia estar ajoelhado ou sentado, com uma pessoa em pé no plano superior”, relatou o delegado.
Ainda de acordo com Cleiton, a vítima agredia a mulher constantemente. Além disso, Lejinda e o filho tinham motivação financeira, pois o homem deixou duas casas e dois carros.
Mesmo com as provas – e ninguém ainda sabe o porquê -, não foi dado prosseguimento no inquérito, e Lejinda e Eduardo continuaram soltos. Segundo Cleiton, foi há pouco tempo que o diretor geral da Polícia Civil, delegado Álvaro Cássio dos Santos, começou a fazer um levantamento dos inquéritos parados nas delegacias e pediu para que a Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) concluísse o caso, já que ele estava prestes a prescrever.
Cleiton então conferiu todas as provas e diz que não tem dúvida do envolvimento de Lejinda e Eduardo. O delegado pediu a prisão preventiva deles, que foram encontrados em Bonfinópolis. Mãe e filho foram ouvidos pelo delegado e foram encaminhados para o presídio de Anápolis. Eles vão responder pelo crime de homicídio qualificado, já que a vítima não teve como se defender. A pena é de até 30 anos de reclusão.