REPRESENTATIVIDADE

Pela primeira vez, candidatos com síndrome de Down no Brasil

Em nossa jovem democracia, cada pleito eleitoral é uma oportunidade de aprimoramento do sistema, mesmo…

Em nossa jovem democracia, cada pleito eleitoral é uma oportunidade de aprimoramento do sistema, mesmo que de vez em quando tenhamos a sensação ou a constatação de retrocesso. O exemplo mais recente é a participação de pessoas com síndrome de Down nas eleições deste ano. E não é apenas uma candidatura, mas três.

São duas mulheres: Luana Rolim de Moura, de Santo Ângelo-RS e Larissa Leal, de Itabuna-BA. O representante masculino é João Guilherme, de Lagoa Seca-PB, cidade da região metropolitana de Campina Grande.

Sempre incentivada pelos pais, Luana venceu todas as etapas do ensino e formou-se em Fisioterapia. Larissa tem um curso de massoterapia e pretende cursar uma faculdade. Ela considera ter chances de ser eleita e recebeu apoios importantes, como o do Secretário da Saúde de Salvador, Leo Prates, e o senador Romário – que é pai de uma jovem com síndrome de Down. Já João Guilherme planejava há algum tempo ser candidato a vereador em sua cidade, para defender as causas das pessoas com deficiência. Filiou-se ao PTB e conseguiu a legenda, passo importante para realizar seu sonho.

É a primeira vez na história do Brasil que pessoas com síndrome de Down se candidatam a um cargo eletivo. No mundo, há outros casos registrados, como o da espanhola de Valladolid Ángela Covadonga Bachiller, eleita em 2013 para o Conselho da Cidade (equivalente a nossas câmaras municipais), e o do britânico Stephen Green, eleito para o Conselho de Nuthall, em Nottinghamshire, Reino Unido.

São casos que demonstram que a sociedade está evoluindo, abandonando aos poucos preconceitos arraigados e acolhendo as diferenças. Mais uma demonstração de que a inclusão não apenas é possível como, também, desejável.