Perícia conclui laudo de mulher que morreu após procedimento estético em Goiânia
Causa da morte foi anafilaxia após a aplicação da hialuronidase
A perícia concluiu o laudo de Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro, que morreu no domingo (1º), um dia após realizar um procedimento estético em uma clínica de Goiânia. A causa da morte foi anafilaxia após a aplicação da hialuronidase.
Conforme a coeporação, a hialuronidase havia sido feita em uma farmácia de manipulação e, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os produtos injetáveis com finalidade estética devem ser oriundos da indústria e possuir aprovação da Anvisa (órgão de controle sanitário) para que seja garantido o padrão de qualidade e de segurança.
“Quando o produto é manipulado, ele não passa pela Anvisa, e isso aumenta o risco de contaminação e de ocorrerem efeitos adversos graves nos pacientes. Por isso que os consumidores devem exigir a aplicação de produtos aprovados pela referida Agência e devem sempre conferir os rótulos antes do procedimento”, disse a polícia em nota.
Danielle morreu horas depois de passar por um procedimento estético em uma clínica no Parque Lozandes. A responsável pelo local foi presa na terça-feira (3) e teve a prisão mantida pela Justiça após audiência de custódia.
Caso
Os agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) identificaram a clínica após receberem a denúncia de que uma paciente que havia sido submetida a um procedimento no sábado (30) e morreu no dia seguinte, em uma clínica de Goiânia. Segundo a delegada Débora Melo, logo após ser convencida a realizar um procedimento estético, a servidora pública teve uma forte reação alérgica e uma parada cardíaca.
“O que descobrimos é que a vítima tinha ido ao local conhecer, mas foi convencida pelas atendentes a realizar um procedimento, que começou às 11h do sábado. Imediatamente após receber a aplicação de um ácido, ela teve uma alergia, um choque anafilático e uma parada cardíaca, ocasião em que a pessoa que realizou o procedimento tentou reanimá-la. Como não possuía um desfibrilador no local, ela chegou a fazer uma traqueostomia. O Samu foi acionado, levou a paciente a um hospital, mas no dia seguinte ela teve a morte cerebral constatada”, descreveu.
Conforme as autoridades, a mulher recebeu uma aplicação de hialuronidase. Trata-se de um tipo de enzima, produzida de forma manipulada. Ele serve para corrigir procedimentos feitos com ácido hialurônico. A clínica foi interditada.
A delegada disse que o fechamento ocorreu por irregularidades, como medicamentos vencidos, anestésicos de uso hospitalar, itens cirúrgicos sem esterilização, materiais limpos misturados com materiais sujos e mais. Ainda conforme a autoridade, a empresária também não poderia realizar aqueles procedimentos.
Defesa
Os advogados da responsável pela clínica, José Patrício Júnior e Antônio Celedonio Neto, emitiram uma nota em que classificam a prisão de Quésia Rodrigues Biangulo como “irregular”. “É necessário dizer que deve-se observar, antes de qualquer pré-julgamento, que as informações encontram-se distorcidas com o único fim de manter uma prisão irregular e sem fundamento para tal.”
Eles afirmam, ainda, que a profissional em todo tempo colaborou com as investigações, além de prestar auxílio a paciente e à família. Também de acordo com eles, Quésia é uma profissional devidamente qualificada e habilitada para realizar a atividade que desenvolve em sua clínica, possuindo formação acadêmica em biomedicina e enfermagem.
“Diferente do noticiado pela Autoridade Policial, a Clínica no período em que realizou todos os atendimentos em suas clientes estava devidamente regular, possuindo autorização de funcionamento, bem como alvará da vigilância sanitária.” Acerca dos medicamentos utilizados, o texto esclarece que todos possuem autorização para serem comercializados.
LEIA MAIS:
“Alma de luz roubada da gente”, diz irmã de mulher que morreu após procedimento estético