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Pessoas que se consideram feias são mais propensas a continuar usando máscaras, diz estudo

Pesquisadores avaliaram cerca de mil mil homens e mulheres

Se para parte da população utilizar máscaras durante a pandemia é um esforço incômodo, para algumas pessoas o item pode ser positivo – e o motivo não tem nada a ver com o vírus. Um novo artigo de pesquisadores do departamento de Psicologia da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul, publicado na revista científica Frontiers in Psychology, mostra que indivíduos que se consideram feias ou menos atraentes são mais propensos a continuar a usar a proteção facial.

A conclusão é baseada em três estudos conduzidos pelos pesquisadores. Eles decidiram avaliar se, com a queda dos decretos que obrigavam a utilização das máscaras, a percepção de uma pessoa sobre a sua própria aparência passou a influenciar, ou não, o uso do item. Os três trabalhos contabilizaram um total de 1.030 participantes e indicaram que a resposta é sim.

No primeiro, 244 voluntários, de em média 33 anos, atribuíram notas a sua aparência facial, responderam se acreditavam que as pessoas os percebiam como mais atraentes ao utilizar uma máscara e, por fim, se utilizariam o item ao frequentar um evento hipotético criado na pesquisa.

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Os resultados mostraram uma relação inversa entre a atratividade autopercebida – grau de beleza que os participantes percebiam de si mesmos – e o impacto da máscara na aparência e na intenção de utilizá-las. Em resumo, quanto menos bonita a pessoa acreditava ser, mais propensa ela era a concordar que a proteção facial a ajuda na aparência e, por isso, adotaria o uso do item.

No segundo estudo, com 344 participantes, de em média 32 anos, os pesquisadores analisaram outros fatores sobre o uso de máscaras – a competência e a confiabilidade. Isso porque “tem sido repetidamente demonstrado que indivíduos atraentes tendem a obter avaliações mais favoráveis ​​em relação aos dois domínios”. Os resultados confirmaram que, mesmo em indivíduos que acreditam que a máscara é confiável e eficaz, a autopercepção da aparência influenciou o uso da proteção.

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Por fim, o terceiro estudo avaliou se esse impacto era diferente a depender da situação social. Com 442 participantes, de em média 34 anos, os cientistas simularam dois contextos: uma entrevista de emprego e um passeio com o cachorro na rua. O trabalho revelou que a associação entre beleza e máscara “era mais forte em situações em que a necessidade de transmitir uma impressão favorável era alta (contexto de entrevista de emprego) versus baixa (contexto de passear com o cachorro)”.

“Nossas descobertas sugerem que o uso de máscaras pode passar de uma medida de autoproteção durante a pandemia de COVID-19 para uma tática de autoapresentação na era pós-pandêmica”, escreveram os pesquisadores no artigo.