Petrobras: ‘paridade internacional deixa de ser única referência de preço’, diz Prates
Presidente da Petrobras reforça que empresa precisa de mais flexibilidade na política de dividendos
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, mudanças na política de preços e de dividendos.
—Sempre tenho dito que política de preços é do governo. A Petrobras vai seguir preços competitivos conforme ela achar que deve ser para manter a sua fatia de mercado. Na maior parte do tempo, o PPI (Política de Paridade de Importação) não é. O PPI só garante ao concorrente uma posição mais confortável. Pode ser uma política de preços transversal, de referência, conta de estabilização, monitoramento de estoques estratégicos. Não existe bala de prata. O PPI é uma abstração. O PPI parece que virou uma dogma.
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Segundo ele, o PPI vai ser usado pelos concorrentes importadores:
— Para a Petrobras, PPI deixa de ser único parâmetro. Vamos passar por discussão. Toda a empresa faz isso. O PPI vai estar em vigor para o importador e para quem quiser importar. Quem era interventor era o governo anterior. O importador é meu competidor. Me obrigar a praticar o preço do concorrente não faz sentido.
Ele disse que o PPI não é paridade internacional e sim de importação:
— A paridade internacional todo mundo segue. No mercado local, você tem outros critérios, como produção local, refinarias. O PPI é uma abstração. É uma referência. Podemos usar várias referências e com conveniência no sentido de captar mercado, mais clientes.
Prates disse ainda que prepara mudanças na política de dividendos. Para ele, é preciso maior flexibilidade.
— Dividendo tem que ter uma regra mais solta. Quanto mais flexível melhor..Tem trimestres que são diferentes dos outros. Uma regra dessa amarra para o bem e para o mal.
Sobre os dividendos, Prates explicou que nem todas as empresas têm regras para distribuição de dividendos acima do mínimo estipulado por lei.
— Acima da regra de 25%, todas as empresas têm regra? De 25% a 100%, tem muita coisa. Isso é uma pergunta. Podemos discutir internamente e chegar a uma conclusão de que não precisa ser feito isso ou não.
Prates disse ainda sobre a reserva de dividendos que por ser uma reserva estatutária ela deve ser usada para investimentos. Mas para isso tem que ter um plano de investimento e precisa ser aprovado em assembleia. Segundo ele, o plano pode ser apresentado no dia da assembleia de acionistas, marcada para 27 de abril.
— Podemos apresentar aos acionistas um plano de investimentos para o uso dessa reservas. E eles votam.
Não há intervenção do governo, diz Prates sobre a Petrobras
Ele negou que esteja ocorrendo intervencionismo na Petrobras:
— O governo em momento nenhum chegou para mim e disse faz isso ou faz aquilo. Não esta havendo nenhum grau de intervencionismo. Tudo está sendo conversado, como ocorre com qualquer acionista controlador. E vamos continuar trabalhando assim.
Prates disse ainda que uma empresa de energia não pode gerar apenas notícias boas:
— Empresa de energia não pode dar uma noticia boa por hora. Isso é coisa de start-up de garagem. Empresa de petróleo é lugar seguro para investir. Ser sócio do estado brasileiro, não é ônus. É bônus.