Brumadinho

PF cumpre mandados de busca em residências de diretores da Vale

Buscas foram necessárias devido a novos fatos que surgiram em oitivas, análises de documentos e de outras mídias coletadas pela investigação

Cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (16) como parte do inquérito que apura a tragédia do rompimento da barragem na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Até o momento, são 229 mortos e 48 desaparecidos.

Um dos mandados foi cumprido em São Paulo, na casa do presidente afastado, Fábio Schvartsman. Outro, no Rio de Janeiro, na casa do diretor executivo afastado, Peter Poppinga. Houve ainda dois em Belo Horizonte e um em Nova Lima, na região metropolitana da capital mineira, também em residências de funcionários da Vale.

Segundo a Polícia Federal, as buscas foram necessárias devido a novos fatos que surgiram em oitivas, análises de documentos e de outras mídias coletadas pela investigação.

O inquérito, que estava previsto para ser desmembrado em dois pelo delegado responsável pelo caso, Luiz Augusto Pessoa Nogueira, irá seguir como um só, por enquanto, devido á necessidade de mais informações e diligências. A PF pretende chamar mais pessoas para depoimento.

As buscas desta terça foram um pedido da PF, com manifestação favorável do Ministério Público Federal e autorização da 9ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte. Não houve resistência ao cumprimento em nenhum dos locais.

A Vale respondeu que, desde o rompimento da barragem, “seus empregados têm apresentado todos os documentos e informações solicitados voluntariamente e, como maior interessada na apuração dos fatos, continuará contribuindo com as investigações”.

Ainda de acordo com a PF, fatos que estão sendo levantados na Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa de Minas Gerais já eram do conhecimento da polícia e não estão influenciando as investigações.

Em oitiva realizada nesta segunda (15), Wagner Araújo, chefe de Divisão de Segurança de Barragens de Mineração, vinculada à ANM (Agência Nacional de Mineração), disse que a barragem que se rompeu não era vistoriada pelo governo federal desde 2016.