PF deflagra 2º fase da Operação Decantação em Goiás
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (28) a segunda fase da Operação Decantação. O…
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (28) a segunda fase da Operação Decantação. O objetivo é combater fraudes em licitações e desvio de verbas públicas da companhia de Saneamento de Goiás (Saneago) por empresários, dirigentes da empresa e agentes públicos do governo estadual entre os anos de 2012 e 2016.
Estão sendo cumpridos nesta manhã cinco mandados de prisão temporária e oito mandados de busca e apreensão em Goiânia e Aparecida. A Justiça também determinou o sequestro de 65 imóveis avaliados em cerca de R$ 35 milhões e o afastamento da função pública de dois servidores da Saneago.
Segundo a PF, a ação é decorrente da análise de materiais apreendidos na primeira fase da Operação Decantação. Os policiais constataram que três empresas, de um único dono, foram beneficiadas em contratos junto à companhia de saneamento, mesmo com impedimentos fiscais e não sendo especialistas na prestação dos serviços demandados, o que indica direcionamento de licitação.
Segundo as investigações, parte dos recursos recebidos pela prestação de serviços à companhia era repassada para o chefe de gabinete do então governador do estado. Foi apurado ainda que o ex-vice-governador, José Eliton (PSDB), teria utilizado, por diversas vezes, uma aeronave de propriedade de uma das empresas beneficiadas pelos contratos. Há indícios ainda de que as empresas também eram utilizadas para lavagem de dinheiro, uma vez que ficou comprovada transferência de R$ 28 milhões entre o chefe de gabinete do ex-governador e a conta de uma das empresas.
Os envolvidos responderão pelos crimes de associação criminosa, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, fraudes em processos licitatórios e lavagem de dinheiro, sem prejuízo de demais implicações penais ao final da investigação.
O nome Decantação faz alusão a um dos processos de tratamento de água, em que ocorre a separação de elementos heterogêneos. A primeira fase da operação foi deflagrada em 2016 e desarticulou célula criminosa responsável pelo desvio de cerca de R$ 4,5 milhões da Saneago.