PF deflagra operação integrada para desarticular quadrilha de roubo de cargas em Goiás
Ao todo estão sendo cumpridos 82 mandados judiciais, sendo 37 mandados de prisão preventiva, 14 de condução coercitiva e 31 de busca e apreensão
As polícias Federal, Rodoviária Federal e Militar de Goiás deflagraram, na madrugada desta quarta-feira (22), a Operação Hicsos para desarticular uma organização criminosa especializada no roubo de cargas de alto valor. O nome da operação faz referência a um povo que invadiu a região oriental do Delta do Nilo durante a décima segunda dinastia do Egito, conhecidos, no mundo antigo, como saqueadores e ladrões.
Participam da operação cerca de 350 policiais. Ao todo estão sendo cumpridos 82 mandados judiciais, sendo 37 mandados de prisão preventiva, 14 de condução coercitiva e 31 de busca e apreensão nas cidades de Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia, Trindade, Bela Vista, Leopoldo de Bulhões, Alexânia, Morrinhos, Campos Belos – no estado de Goiás, além do Distrito Federal.
A investigação apontou um esquema de roubo de carga financiado por empresários de inúmeros ramos do comércio, incluindo desde postos de combustíveis até supermercados e distribuidoras de alimentos e bebidas. Os financiadores pagavam em torno de 50% do valor da carga aos criminosos, que depois era vendida em estabelecimentos comerciais como se fosse mercadoria legalmente adquirida.
A organização criminosa chegou, inclusive, a fazer falsas barreiras se utilizando de coletes de fiscalização e de veículos equipados com sirenes e giroflexos. O grupo avaliava a carga de cada caminhão parado e, quando deparava com uma carga de alto valor, anunciava o assalto. Para facilitar a ação, utilizavam-se de equipamentos de alta tecnologia evitando, assim, que o veículo fosse rastreado.
Estima-se que a quadrilha era responsável por uma média de 25 roubos por mês, gerando um prejuízo de R$ 30.000.000,00, dinheiro que servia para abastecer outras atividades criminosas que incluíam o tráfico de drogas e armas e roubos a banco.
Os investigados responderão pelos crimes de roubo qualificado, cárcere privado, lavagem de dinheiro, organização criminosa, tráfico de drogas e receptação.
Maiores detalhes serão divulgados em coletiva de imprensa ainda na manha desta quarta na sede da PF em Goiânia.