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A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (14) mandados de busca nas residências do senador e ex-presidente Fernando Collor de Melo (PTB-AL) em Brasília e em Alagoas. São 53 mandatos ao todo, referentes a seis processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato, informa o site do órgão nesta terça-feira
Ele é um dos parlamentares investigados na força-tarefa. Os policiais também estão neste momento na TV Gazeta, em Alagoas, que pertence à família Collor.
O ex-presidente foi citado na delação premiada do doleiro Alberto Youssef como um dos beneficiários do esquema de corrupção na Petrobras investigado pela Lava Jato. Ele também foi citado pelo dono da UTC, Ricardo Pessoa, em seu depoimento à Justiça.
Outros alvos da operação são o senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), um dos investigados na Operação Lava Jato, e Fernando Bezerra Coelho ( PSB-PE). A busca foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) T eori Zavascki, segundo a defesa do senador.
Cinquenta e três mandados sendo cumpridos na casa de parlamentares citados por envolvidos no esquema de corrupção. Segundo a reportagem apurou, as ações executadas nesta terça atingem políticos brasileiros com mandato; alguns deles atuam no Congresso Nacional.
Essa operação – considerada uma “filhote” da Lava Lato – chama-se Politeia e refere-se aos inquéritos originário da Lava Jato que correm no STF e envolvem suspeitos com foro privilegiado. Por isso não estão na Justiça Federal no Paraná, em Curitiba, onde fica o QG das investigações sobre os desvios na Petrobras.
OUTRO LADO
Advogado de Ciro, Antonio Carlos de Almeida Castro diz que a busca era desnecessária. “O senador se colocou à disposição, ofereceu seus sigilos, prestou depoimento. Infelizmente no Brasil de hoje os atos invasivos passam a ser a regra”, disse. A defesa de Collor ainda não se manifestou.
A OPERAÇÃO
Segundo a PF, os mandados, que foram expedidos pelos ministros Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (12), na Bahia (11), Pernambuco (8), Alagoas (7), Santa Catarina (5), Rio de Janeiro (5) e São Paulo (5). Cerca de 250 policiais federais participam da ação.
As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos. Foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa.
As medidas decorrem de representações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas investigações que tramitam no Supremo. Elas têm como objetivo principal evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados.
Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitação, organização criminosa, entre outros.
O nome da nova operação, Politeia, em grego, faz referência ao livro “A República” de Platão, que faz referência a uma cidade perfeita, onde a ética prevalece sobre a corrupção, diz a PF.