PF investiga fraude de R$ 7 milhões em indenizações pagas após tragédia de Mariana
Moradores de Baixo Guandu, no interior do ES, teriam obtido licenças falsas para receber valores como se fossem pescadores afetados
A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (24) mandados de busca e apreensão no Espírito Santo e em Brasília com o objetivo de investigar uma suposta de uma fraude de R$ 7 milhões em indenizações pagas após a tragédia de Mariana (MG), em 2015.
De acordo com o portal “G1”, a suspeita é de que 100 moradores de Baixo Guandu, no interior do ES, tenham obtido licenças falsas de pescador para que pudessem se passar por trabalhadores atingidos pelo desastre. O documento falso também permitiria acesso a benefícios pagos pela Receita Federal, como o seguro-desemprego no período de defeso.
Além de 19 mortos, o rompimento da barragem da Samarco em Mariana deixou 1,4 mil pescadores com as atividades suspensas em municípios capixabas que foram atingidos pelo rejeito. As indenizações tinham como intenção ajudá-los durante este período. A investigação sobre o esquema de falseamento de licenças de pesca também conta com mandados cumpridos na sede do Escritório Federal de Aquicultura e Pesca (há a suspeita de que um funcionário tenha validado os pedidos falsos) em Vitória, e em um escritório de advogacia de Vila Velha, que teria intermediado a fraude.
A PF recebeu denúncias de que habitantes de Baixo Guandu solicitaram o registro de pescador profissional mesmo sem atuarem na área, com a finalidade de obter os pagamentos. Os protocolos de requerimentos foram feitos entre setembro e outubro de 2015. Os valores eram repassados através da Fundação Renova, criada exclusivamente para este processo. Há a suspeita de que lobistas tenham participado da ação.
Os suspeitos serão investigados pelos crimes de estelionato contra a Fundação Renova, falsidade ideológica em documentos públicos, inserção de dados falsos em sistema de informação e corrupção passiva.