PGR se manifesta contra soltura de general investigado por tramar plano para matar Moraes, Lula e Alckmin
Mário Fernandes foi um dos 37 indiciados pela Polícia Federal por uma suposta tentativa de golpe de Estado

BRASÍLIA (O GLOBO) – O procurador-geral da República, Paulo Gonet , se manifestou contra o pedido de revogação da prisão preventiva do general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria Geral da Presidência da República. O militar é apontado pela Polícia Federal (PF) como o responsável pela elaboração do plano para matar o ministro do Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin.
No parecer enviado ao STF, Gonet escreve que a defesa do general não apresentou argumentos que afixem os elementos que fundamentaram a decretação da prisão preventiva.
“A situação fática e jurídica que autorizou a decretação da prisão preventiva de Mário Fernandes mantém-se inalterada, não tendo nos autos fato novo capaz de modificar o entendimento já proferido pelo eminente relator na decisão”, diz parecer publicado nesta terça-feira.
Ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência, o general Mário Fernandes é apresentado nos relatórios da PF como um dos líderes mais radicais na articulação do suposto plano para assassinar as autoridades.
A PF acredita que o plano, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, foi impresso por ele no Palácio do Planalto e previa, após os assassinatos, a instituição do “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”, que deveria ser acionada em 16 de dezembro de 2022.
Fernandes, que foi um dos cinco presos na operação da PF no mês passado, seria assessor estratégico neste gabinete que passaria a funcionar após a execução do plano.
A defesa do general já negou o envolvimento na trama golpista e afirmou que o plano “não foi entregue a ninguém”.
– Se você achar essa minuta física com alguém que eu esteja destituído da defesa. Ninguém teve acesso por minuto. Ela não foi entregue a ninguém – disse o advogado Marcus Vinicius Figueiredo.
O defensor também afirmou que os militares “não têm nada a ver” com o grupo de crianças pretas, das Forças Especiais do Exército, que monitoraram os passos de Moraes em Brasília.