PGR sugere que processo contra procurador é ‘censura prévia’
A análise da aceitação ou arquivamento do processo foi interrompida, pela própria procuradora-geral, sob a alegação de compromissos agendados pelos conselheiros.
No ano passado, em sua página no Facebook, o procurador afirmou que o presidente Michel Temer era “leviano, inconsequente e calunioso ao insinuar recebimento de valores por parte do PGR (à época, comandada por Rodrigo Janot)”.
“Todas as vezes, em qualquer democracia, que se avança no sentido de estabelecer a censura prévia ou a inibição do direito de crítica assumindo que estão ofendidas pessoas que nem se manifestaram, podemos estar em um ambiente que acaba diminuindo o vigor da democracia liberal que este País assumiu e quer ser. E eu acho que cumpre a este Conselho Nacional zelar para que floresça e siga forte e vigorosa”, disse Raquel.
A análise da aceitação ou arquivamento do processo foi interrompida, pela própria procuradora-geral, sob a alegação de compromissos agendados pelos conselheiros. A sessão será retomada no dia 29.
O processo foi instaurado em março pelo corregedor Nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel. Segundo ele, a publicação “configuraria, em tese, descumprimento do dever de guardar o decoro pessoal”. O corregedor indica a aplicação de censura ao procurador. A penalidade de censura é uma das sanções previstas aos membros do Ministério Público que praticam infrações disciplinares.
Raquel Dodge defendeu que “se há uma instituição neste País preordenada a fazer as imputações, a fazer a crítica, é o Ministério Público”.
Pela manhã, mais de 400 promotores de Justiça, procuradores da República e magistrados subscreveram um manifesto por liberdade de expressão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.